"O Grupo Internacional de Contacto decidiu continuar o seu trabalho, sujeito a uma avaliação dos progressos. O grupo está pronto para realizar uma missão de alto nível em Caracas para apresentar e discutir as opções concretas para uma solução pacífica e democrática para a crise", refere um comunicado, após a terceira reunião do fórum realizada na Costa Rica.

A declaração, assinada por 11 países, foi lida pela Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, e pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da Costa Rica, Manuel Ventura.

Federica Mogherini disse que as medidas concretas a propor pela missão de alto nível "exigem um certo nível de confidencialidade", pelo que não detalhou.

Já o ministro da Costa Rica afirmou que ainda não se definiu quem vai integrar a missão, mas salientou que a necessidade de eleições presidenciais será a pedra angular.

“A missão de alto nível tem como objetivo reunir-se com as partes envolvidas no conflito, a fim de avançar para que se possam realizar, o mais rapidamente possível, eleições credíveis", declarou Manuel Ventura.

Federica Mogherini confirmou que o Grupo de Contacto Internacional vai estender o seu trabalho para além dos 90 dias que tinham sido estabelecidos como limite quando foi formado, porque os membros acreditam ter dado "passos importantes, embora não suficientes" para uma solução pacífica e democrática para a crise venezuelana.

No dia 30 de abril, o autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, desencadeou uma ação de força contra o regime do Presidente Nicolás Maduro, que intitulou como “Operação Liberdade”, anunciando na altura contar com o apoio de militares e apelando à adesão popular para novos grandes protestos.

No entanto, as chefias militares venezuelanas viriam a confirmar a lealdade a Maduro, mantendo-se a situação do país num impasse.

No final de janeiro deste ano, o presidente do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente interino da Venezuela e foi quase de imediato reconhecido por mais de 50 países. Guaidó indicou que o objetivo era conduzir o país à realização de “eleições livres e transparentes”.

À crise política na Venezuela soma-se a uma grave crise económica e social que já levou mais de três milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.