O encontro na capital equatoriana, que será antecedido por uma reunião técnica preparatória na quarta-feira, será copresidido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, José Valencia, e pela chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini.

Entre os países da UE que já confirmaram presença na reunião figuram Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Reino Unido e Suécia, segundo avançaram fontes da diplomacia equatoriana, citadas pela agência noticiosa espanhola EFE.

Do lado da América Latina, Equador, Bolívia, Costa Rica, Chile, Uruguai e São Cristóvão e Nevis confirmaram a sua participação. Também a Comunidade do Caribe (Caricom) estará representada.

As mesmas fontes indicaram que pelo menos sete chefes de diplomacia vão marcar presença na reunião, referindo que o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, será um deles.

No passado dia 18, Santos Silva afirmou, em Bruxelas, que iria “provavelmente” representar Portugal nesta segunda reunião do Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela.

Na mesma ocasião, Santos Silva confirmou que Portugal ia estar presente “a nível político” na reunião.

A reunião em Quito tem como objetivo dar seguimento ao primeiro encontro do grupo internacional que decorreu em fevereiro passado em Montevideu, Uruguai.

Do encontro em Montevideu ficou uma declaração, subscrita pela maioria dos participantes, que pedia a realização de eleições livres na Venezuela.

A UE trabalha desde outubro passado na criação deste grupo de contacto e o seu lançamento foi acelerado em virtude do agravamento da crise política na Venezuela.

O grupo de contacto tem como meta definir um plano, em 90 dias, para um futuro processo político pacífico na Venezuela.

A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.

Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.

No território venezuelano residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.

Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.

Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.