A informação foi dada por Guaidó na sua conta oficial do Twitter.

"Neste momento, a FAES [Forças de Ação Especial] está em minha casa. Considero responsável o cidadão Nicolás Maduro pela integridade da minha filha, que ali se encontra", diz Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional.

Guaidó encontrava-se numa cerimónia pública quando a polícia venezuelana foi à sua residência. No final do evento, o presidente da Assembleia Nacional foi para casa, pedindo a elementos do corpo diplomático que o acompanhassem, noticiou a agência Reuters.

"Vamos ver o que o FAES quer", disse Guaidó, segundo a AFP.

O jornal espanhol El País avança que Guaidó, já à porta da sua residência e na companhia da sua família, afirmou que o "o objetivo era gerar medo, mas não conseguiram".

O autoproclamado presidente interino disse ainda aos militares para não ultrapassarem "linhas vermelhas". "A família respeita-se", acrescentou.

“Assediam a minha família, porque sabemos que é esse o ‘modus operandi’", acrescentou o líder da oposição venezuelana, que também informou que na sua casa estavam apenas a sua filha de 20 meses e uma das avós da criança.

O político acrescentou que os agentes, que chegaram ao local em motocicletas e numa carrinha, identificaram-se como membros das FAES e pediram para falar com Fabiana Rosales, que acompanhava o marido numa ação em Caracas.

Juan Guaidó, autoproclamou-se Presidente da República interino, no dia 23 de janeiro, e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.

Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.

Ainda hoje, o Parlamento Europeu reconheceu Guaidó como o “Presidente interino legítimo” da Venezuela e exortou a União Europeia e os seus Estados-membros a assumirem uma posição semelhante, enquanto não for possível convocar eleições presidenciais.

Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento, maioritariamente da oposição, como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos da América.

A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias (a contar desde sábado passado), findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.

Os protestos antigovernamentais da última semana provocaram pelo menos 40 mortos, de acordo com dados das Nações Unidas.

Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.

Na Venezuela, residem cerca de 300 mil portugueses ou lusodescendentes.

*Com agências

[Notícia atualizada às 20h51]