Um dia depois da eleição da Assembleia Constituinte, Leopoldo López e Antonio Ledezma, dois dos rostos maiores da oposição ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, foram novamente detidos pelos Serviços de Inteligência do país, num altura em que se encontravam em prisão domiciliária
As notícias das detenções foram prontamente divulgadas no Twitter por familiares e amigos dos detidos. Primeiro, o deputado Ricardo Blanco, coordenador do partido Alianza Bravo Pueblo (ABP) difundiu também através do Twitter que o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) “levou o Ladezma”,o antigo prefeito de Caracas, que tinha sido preço em fevereiro de 2015 por, alegadamente, ter participado numa tentativa de derrubar Nicolás Maduro, durante a madrugada.
Minutos depois, a mulher de Leopoldo López recorreu à mesma rede social para informar que tinham "levado Leopoldo de casa". "Não sabemos onde está nem para onde o levaram. Maduro é o responsável se alguma coisa de passar”, escreveu Lilian Tintori no Twitter.
Leopoldo Lopez deixou a prisão militar de Ramo Verde, perto de Caracas, no dia 8 de julho, e foi transferido para a sua casa na capital, por ordem do Supremo Tribunal de Justiça, que justificou a decisão com “motivos de saúde”.
O opositor cumpriu três anos e cinco meses da pena de 14 anos a que foi condenado. Foi considerado culpado de “incitação à violência” no decorrer de manifestações contra o Presidente Maduro, que fizeram 43 mortos em 2014.
Alguns dirigentes do Voluntad Popular (VP), o partido de Leopoldo López, assim como o ABP, o partido de Antonio Ladezma, reiteraram as mesmas informações responsabilizando o presidente Nicolás Maduro pela integridade física dos dois membros da oposição e sublinhando que desconhecem o local para onde foram transportados.
Vários representantes da coligação da oposição – Mesa de Unidade Democrática (MUD) – difundiram igualmente através da rede social Twitter uma gravação vídeo que mostra Ledezma de pijama a ser levado da casa onde se encontrava detido desde 2015.
O registo vídeo mostra os elementos do Sebin e uma camioneta utilizada para transportar Ladezma.
Uma fonte próxima de López confirmou à agência EFE que funcionários do Sebin levaram o opositor da casa onde se encontrava preso desde o passado dia 8 de julho.
Poucas horas antes, o líder do ABP tinha recusado a proposta do chefe de Estado que pedia para a oposição concorrer às próximas eleições locais, previstas para o final do ano.
“Não imagino ninguém que seja leal à luta a inscrever-se, numa fila indiana, para esse Conselho Nacional Eleitoral (CNE), já aguentamos muito com esta CNE que foi protagonista, no domingo, de uma fraude grosseira”, referia Ladezma através das redes sociais, pouco antes de ser levado para parte incerta pelos serviços de informações.
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