“Começou uma nova era de convivência, de harmonia e de cooperação com um importante setor da oposição venezuelana, que saúdo e aplaudo (…) Jamais a política extremista trará bons resultados para o país”, sublinhou.
Nicolás Maduro falava durante uma reunião de trabalho no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, durante a qual explicou que estendia a mão aos opositores para o trabalho, depois de quatro dos cinco governadores do partido opositor Ação Democrática (AD), terem prestado juramento perante a Assembleia Constituinte (AC).
“Apelar à violência, à intolerância e ao ódio, jamais trará bons resultados para a Venezuela, e terá sempre um só destino: a derrota política”, frisou.
Maduro referia-se aos quatro meses de protestos registados no país desde abril último, durante os quais 120 pessoas morreram, vincando que o seu Governo derrotou a direita extremista na rua e nas urnas.
“Isto obriga-nos a trabalhar mais. Peço a todos os governadores a unificação das forças a favor da paz. Agora, é preciso construir uma nova ética e cultura política e nós temos esses valores muito enraizados”, frisou.
Entretanto, o secretário-geral da AD, Henry Ramos Allup, anunciou, em conferência de imprensa, que os governadores do partido que na última segunda-feira prestaram juramento “autoexcluíram-se” do movimento.
“Existe [no regulamento do partido] o artigo 32, sobre a autoexclusão, que vigora automaticamente sempre que um dirigente não cumpre as diretrizes partidárias”, disse.
Em declarações ao canal estatal Venezuelana de Televisão (VTV), a presidente da AC, Delcy Rodríguez, referiu-se à decisão do quinto governador opositor, eleito a 15 de outubro, Juan Pablo Guanipa (partido Primeiro Justiça) de não prestar juramento perante a AC. “As leis da República existem para ser cumpridas e respeitadas, assim estas ações terão as suas consequências”, sublinhou.
Nas eleições para os governadores, o ‘chavismo’ [referência a Hugo Chávez, Presidente da Venezuela desde 1999 até à morte em 2013] venceu oficialmente em 18 das 23 regiões do país.
A oposição denunciou que mais de 1,6 milhões de votos não contêm as assinaturas, nem as impressões digitais dos eleitores, sendo portanto ilegais. Para a oposição, a AC é ilegítima e está subordinada aos interesses políticos de Cuba.
Comentários