“A minha resposta é que, assim como me reuni com Joe Biden e tivemos uma conversa grande e de forma respeitosa, momento que ficou registado, também no momento necessário estou disponível para conversar respeitosamente com o presidente Donald Trump”, disse o Presidente venezuelano à agência de notícias estatal, Agência Venezuelana de Notícias (AVN).

Segundo noticia a agência Efe, numa curta declaração Maduro explicou que, “da mesma forma” que em 2015 falou com o democrata Joe Biden quando este era vice-presidente de Barack Obama - e agora é adversário do republicano Trump na corrida à Casa Branca -, também o fará com o atual Presidente norte-americano.

O Presidente dos Estados Unidos disse hoje que apenas aceita reunir-se com Nicolás Maduro para discutir a “saída pacífica do poder” do homólogo venezuelano, após ter demonstrado, numa entrevista, abertura a um possível encontro.

“Ao contrário da esquerda radical, eu sempre estarei contra o socialismo e ao lado do povo da Venezuela. O meu Governo sempre esteve do lado da liberdade e contra o regime opressor de Maduro. Apenas me reuniria com Maduro para abordar um tema: uma saída pacífica do poder”, destacou Donald Trump numa mensagem publicada na rede social Twitter, citada pela agência Efe.

Trump reagiu assim à entrevista publicada no domingo pela publicação ‘online’ Axios, na qual mostrou abertura para se reunir com o Presidente da Venezuela, uma possibilidade já avançada na Assembleia-Geral da ONU de 2018, que nunca chegou a concretizar-se.

“Talvez ele pense sobre isso. Maduro gostaria de se encontrar comigo. E eu nunca me oponho a reuniões, raramente me oponho a isso", destacou Donald Trump durante a entrevista, ao ser questionado sobre se aceitaria encontrar-se com Nicolás Maduro.

“Eu sempre digo que se perde muito pouco nas reuniões. Mas, por agora, eu digo que não”, explicou, referindo-se aos esforços do lado venezuelano para a marcação de um encontro.

Questionado durante a entrevista se lamentava a sua decisão em endossar o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela, o governante norte-americano respondeu primeiro: “Não particularmente”.

Mas acrescentou: “Poderia ter vivido com ou sem isso, mas estava firmemente contra o que se estava a passar na Venezuela”.

A porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse hoje, após as declarações de Trump, que “nada mudou” na posição dos Estados Unidos face a Juan Guaidó, e que o país continua a manter a confiança e a reconhecê-lo como presidente interino.