“Se as partes o pedirem, estamos na melhor posição para os ajudar para que haja um diálogo e os problemas sejam resolvidos, sem recurso à força e à violência”, disse Andrés Manuel Lopez Obrador numa conferência de imprensa.
“Não estamos a favor nem contra ninguém. Estamos a defender os princípios constitucionais da política externa”, disse ainda, indicando que a Constituição mexicana estabelece que aquela política deve estar ligada aos princípios da não-intervenção, autodeterminação dos povos e solução pacífica das disputas.
Na quinta-feira, Nicolás Maduro disse estar “de acordo” com a iniciativa de uma nova ronda de diálogo com a oposição para desbloquear a crise política, económica e social do país.
“O governo do México e o governo do Uruguai propuseram que se crie uma iniciativa internacional para promover um diálogo das partes na Venezuela (…), digo-lhes publicamente estou de acordo”, disse Maduro num discurso no Supremo, citado pela agência noticiosa espanhola EFE.
Juan Guaidó autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos e a maioria dos países da América Latina reconheceram-no como Presidente interino, à exceção de México, Bolívia, Nicarágua e Cuba, que se mantêm ao lado de Maduro, assim como a Rússia, China, Turquia e o Irão.
A posição da União Europeia foi expressa hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva: ou Nicolás Maduro aceita realizar “eleições livres no mais breve prazo possível” ou a UE reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer.
Santos Silva remeteu para uma declaração conjunta dos 28 ainda hoje mais pormenores, como o prazo a dar a Maduro para a realização de eleições.
Os protestos na Venezuela causaram pelo menos 26 mortos em quatro dias, segundo o Observatório Venezuelano dos Conflitos Sociais (OVCS), uma organização da oposição.
A ONU referiu que mais de 350 manifestantes foram presos desde o início da semana.
Os dados desta organização indicam que 2,3 milhões de pessoas fugiram da Venezuela desde 2015 devido à crise política e económica no país, onde vivem cerca de 300.000 portugueses e lusodescendentes.
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