“Em setembro chegam as primeiras vacinas da Rússia para ensaios clínicos. Vou propor a Delcy Rodríguez (vice-presidente) que fale com o Conselho Nacional Eleitoral para ver se é possível vacinar todos os 14.400 candidatos das (eleições) parlamentares e façam a campanha eleitoral com maior tranquilidade”, disse.
Nicolás Maduro, falava durante um ato transmitido na íntegra pelas rádios e televisões venezuelanas, em que foram dados a conhecer os nomes dos 554 candidatos principais e suplentes do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do governo) para as eleições legislativas.
O Presidente da Venezuela precisou que para outubro está prevista a chegada de um novo lote da vacina Sputnik V, insistindo que “seria uma boa ideia” que todos os candidatos fossem vacinados.
“Para que possam sair às ruas, percorrer bairro a bairro de maneira segura. É uma proposta que faço para uma avaliação técnica, científica, política e institucional”, disse.
O anúncio da chegada das vacinas tem lugar depois de, em 21 de agosto último, o ministério venezuelano da Saúde ter anunciado que a Venezuela previa ter “500 voluntários para os ensaios clínicos da fase 3 da vacina Sputnik V”.
Ainda em agosto, as autoridades dos dois países participaram numa videoconferência “com a intenção de verificar a possibilidade de incorporar os estudos clínicos da vacina Sputnik V e produzi-la em território venezuelano”, segundo um comunicado do ministério da Saúde da Venezuela.
Na videoconferência participaram também representantes do Fundo Russo de Investimentos Diretos e do Centro Nacional de Investigação de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, produtor da vacina Sputnik V.
As próximas eleições legislativas na Venezuela estão marcadas para 06 de dezembro, data em que o Governo venezuelano espera renovar a Assembleia Nacional onde a oposição é maioria e que é presidida pelo opositor Juan Guaidó.
No entanto, 37 organizações, entre elas os quatro maiores partidos da oposição (Ação Democrática, Primeiro Justiça, Vontade Popular e Um Novo Tempo), anunciaram que não participariam nas legislativas, que antecipam ser “uma fraude”.
Na Venezuela estão confirmados 55.563 casos de pacientes com a covid-19. Estão ainda confirmadas 444 mortes associadas ao novo coronavírus e 44.435 pessoas recuperaram da doença.
A Venezuela está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Os voos nacionais e internacionais foram restringidos (desde 12 de março) até 12 de setembro e a população está impedida de circular entre os diferentes municípios do país.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 898.503 mortos e infetou mais de 27,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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