Os feridos chegaram ao Brasil em duas ambulâncias venezuelanas e acompanhados por uma médica da mesma nacionalidade.
Pelo menos duas pessoas morreram e 15 apresentam ferimentos de bala na sequência do confronto entre membros de uma comunidade indígena com as Forças Armadas da Venezuela, disse o deputado da oposição venezuelana Américo de Grazia.
De acordo com as informações fornecidas por De grazia e outro deputado também da oposição venezuelana, Ángel Medina, eleitos pela região de Bolívar, os indígenas da comunidade Kumarakapay entraram em confronto com os militares para impedir o bloqueio da ajuda humanitária que está a ser reunida em Roraima, e que o Governo de Nicolás Maduro se recusa a aceitar.
Apesar dos incidentes, o ministro da Segurança Institucional do Brasil, general Augusto Heleno Ribeiro, descartou hoje a possibilidade de uma “ação agressiva” na fronteira com a Venezuela e frisou a necessidade de aguardar o desenvolvimento dos acontecimentos.
Segundo o ministro, “por enquanto tudo está calmo” em Roraima, onde o Governo brasileiro recebeu hoje o primeiro avião com mantimentos que pretende enviar a partir deste sábado para o povo venezuelano, apesar do encerramento da fronteira decretado nesta quinta-feira por Maduro.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o líder da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou já dezenas de mortos, de acordo com várias organizações não-governamentais.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou cerca de 3,4 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados da ONU.
Em 2016, a população da Venezuela era de aproximadamente 31,7 milhões de habitantes e no país residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
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