Convocada pela oposição para tentar travar a Assembleia Constituinte, este domingo, promovida pelo Presidente Nicolás Maduro, a greve, que até agora, registou três mortos e pelo menos 192 detidos, ficou marcada por uma noite de grande repressão das forças de segurança em urbanizações como El Valle, La Candelária, Palo Verde, El Paraíso e La Urbina.
Com muitas ruas encerradas e difícil circulação os venezuelanos têm recorrido às redes sociais para divulgar vídeos denunciando alegados abusos das forças de segurança que incluem danos a viaturas e entradas pela força a conjuntos residenciais.
Além de Caracas, há registos de repressão policial em vários Estados, entre eles Lara, Mérida e Zúlia.
No Centro de Caracas, em avenidas como a Lecuna e a Baralt, hoje era maior que no primeiro dia de greve o número de comércios encerrados.
A sul, na Avenida Victoria quase todas as lojas estavam fechadas e o trânsito era visivelmente inferior ao dos domingos e dias feriados.
Inclusive em zonas afetas ao chavismo, eram visíveis bolsas pretas com lixo, galhos de árvores, restos de materiais de construção e cordas, bloqueando importantes avenidas.
Vários portugueses, contactados pela Agência Lusa, insistiram em manifestar preocupação sobre o que acontecerá no país, porque “qualquer coisa que aconteça” os afetará também.
“Se fechamos os comércios corremos o risco de ser multados pelo fisco, identificados como terroristas pelos ‘coletivos’ (motociclistas armados afetos ao regime) e pelos ‘compatriotas cooperantes’ (informadores do regime). Se não fechamos, amanhã vamos ser acusados de colaboradores do Governo”, explicou um comerciante que pediu o anonimato.
A oposição insiste que a adesão à greve ronda os 90%, número que o próprio presidente Nicolás Maduro tem desvalorizado, insistindo que os bancos e o setor público não aderiram à greve, entre eles o setor da eletricidade, petrolífera e empresas básicas de siderurgia.
Comentários