“O primeiro-ministro tem esta obsessão, ou esta estratégia que eu diria mais, que é quando está a acontecer alguma coisa tenta marcar a agenda com outras coisas completamente diferentes. Isto é uma estratégia conhecida, já o fez no parlamento quando no debate do Estado da Nação coloca a falar o ministro do Ambiente e o ministro da Cultura quando o país está a arder e quando a saúde está um caos
André Ventura falava após uma visita uma visita às obras no porto das Lajes das Flores, nos Açores, que ficou praticamente destruído na sequência da passagem do furacão Lorenzo, em outubro de 2019.
O primeiro-ministro convocou os seus ministros para uma reunião informal, hoje, ao fim da manhã, na Base Naval do Alfeite, em Almada, para uma reflexão estratégica sobre prioridades e linhas de ação após as férias de verão.
Nesta reunião informal, que o executivo não caracteriza como Conselho de Ministros, estarão sobretudo em análise o lançamento em setembro do novo pacote de apoios às famílias e às empresas para mitigar os efeitos da inflação e o início da preparação da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022.
Questionado sobre a convocação da reunião, o líder do Chega disse que “esse Conselho de Ministros deveria trazer algumas novidades face aos tempos” que o país está a viver.
“O que eu lamento é que o Conselho de Ministros podia e tinha uma oportunidade de deixar uma marca em matéria de saúde e em matéria de combate aos incêndios, porque é isto o que os portugueses gostavam de ouvir neste momento”, sustentou André Ventura.
No seu entender, a reunião era “uma grande oportunidade” para analisar as questões da “saúde e incêndios”, mas “nenhum deles parece ser a grande preocupação deste Conselho de Ministros”.
No caso da saúde o líder do Chega apontou para a situação no país com “dezenas de serviços de obstétrica e de urgências encerrados no continente”.
“Sabemos que há mais dezenas de grávidas que não conseguiram ter os seus filhos nos sítios onde tinham planeado e o Governo não conseguiu apresentar nenhuma estratégia para isso”, criticou ainda.
Apesar de assinalar que a situação dos incêndios do país está “a melhorar um pouco”, fruto, também, “das condições climatéricas”, André Ventura alertou, no entanto, para as previsões que apontam para um novo agravamento das temperaturas nos próximos dias.
“E vemos um Governo completamente desorientado nessa matéria. E, isso é muito negativo”, criticou.
André Ventura lembrou ainda que o Chega queria “fazer um debate de urgência no parlamento sobe esta matéria”, mas “tal não foi permitido” porque Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República, “está a proteger o PS”.
“Mas, cedo ou tarde este debate vai ter que ser feito”, vincou.
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