No discurso de encerramento da 6.ª Convenção Nacional do Chega, que decorreu em Viana do Castelo, André Ventura levou uma nova promessa caso assuma responsabilidades governativas e dirigiu-se diretamente aos professores, que considerou serem o "futuro das crianças e jovens", trabalhem nas escolas públicas ou nas escolas privadas.
"O compromisso - este é claro e vale ouro ao contrário de Pedro Nuno Santos - em quatro anos o Chega recuperará o tempo de serviço dos professores", comprometeu-se.
O líder do Chega disse saber "o que é estar do lado certo e do lado errado", considerando que o partido tem que "ser essa voz" na defesa dos professores "porque PS e PSD deixaram de ser".
André Ventura afirmou também que, na próxima legislatura, proporá na Assembleia da República, que os políticos que sejam condenados por corrupção "fiquem impedidos para sempre que exercer cargos públicos".
O líder do Chega quer também que os ex-governantes que tenham "feito negócios" nunca possam vir a trabalhar nessas empresas.
A lei já estabelece que titulares de cargos com natureza executiva não podem, nos três após o fim do mandato, exercer funções em empresas privadas do setor que tutelavam, impedimento que se aplica quando estiverem em causa as entidades que tenham sido privatizadas, beneficiado de incentivos financeiros ou benefícios fiscais de natureza contratual ou, ainda, aquelas em que tenha havido uma intervenção direita do ex-ministro ou secretário de Estado.
Num discurso de 50 minutos, com várias críticas ao secretário-geral socialista, Ventura considerou que a queda do Governo do PS representa “o vírus que se instalou na sociedade portuguesa”, que é o da corrupção, questionando como é que o país “prefere olhar para o lado” do que discutir este problema.
“Nós só estamos em campanha hoje por causa desta corrupção que o PS instalou em Portugal”, acusou.
Afirmando que os membros e apoiantes do Chega são chamados de “fascistas e radicais”, Ventura disse que “não havia moderação” num tema.
“Eu sou absolutamente radical contra a corrupção e contra o compadrio que tomou contra deste país e com que nós vamos acabar no dia 10 de março”, enfatizou.
André Ventura deixou também o "compromisso solene", caso governe, de no "dia um" tornar a "fiscalização à subsidiodependência uma realidade em Portugal".
O líder do Chega dirigiu-se depois aos que recebem apoios do Estado e disse que "só terão se precisarem, se não, trabalhem como toda a gente tem de trabalhar".
"Para politicamente correto já temos o PSD, não precisamos de mais", declarou.
No início do discurso, quando cumprimentava os novos militantes e apoiantes vindos de outros partidos, Ventura já tinha deixado uma garantia: "Queria deixar claro a todos que o ADN do Chega, a sua força disruptiva, o seu ADN de contestação ao estado de coisas a que o país chegou, não ser politicamente correto, a capacidade de enfrentar interesses, que ninguém pense que ficarão em causa, comprometidos ou que deixarei que esse espírito morra com alguma entrada neste partido".
No final do discurso do líder ouviu-se o hino nacional.
Depois, a intensidade das luzes foi reduzida , houve pirotecnia, confetes e fumo, ao som da música "Nowhere fast" da banda Fire Inc elaborada para o filme "Streets of Fire", de 1984.
Durante alguns minutos após o fim da convenção, a música alta continuou a tocar e as luzes do pavilhão mantiveram-se baixas, com feixes de luz a sair do palco, num ambiente semelhante a um espaço de divertimento noturno.
Enquanto isso, os representantes dos outros partidos e do Governo comentavam, em declarações aos jornalistas, o discurso de André Ventura, com dificuldades de audição, tendo o secretário-geral do PSD pedido para alterar o local inicialmente previsto para as declarações.
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