“Fui constituída arguida e disponibilizei-me de imediato para prestar declarações, o que fiz entretanto”, indicou a vereadora.

Numa nota escrita enviada à Lusa, a socialista adiantou que o Ministério Público (MP) estabeleceu “imputações com base num pressuposto que configura um erro: uma pretensa amizade com outro suspeito, numa relação totalmente fantasiosa”.

“Essa amizade é falsa”, reforçou a militante do PS, sem indicar quem é a suposta amizade alegadamente referida pelo MP, adiantando apenas que é do PSD e que a desconhecia “até esta semana”.

“Estou muito tranquila com o desenrolar do processo, sabendo que nada de errado fiz e que isso ficará demonstrado em qualquer fase do processo. Em nenhum momento sou suspeita do recebimento de qualquer vantagem”, referiu.

No final de maio, também o vereador social-democrata na Câmara de Lisboa e presidente da distrital lisboeta do PSD, Ângelo Pereira, foi constituído arguido na operação “Tutti Frutti”.

Neste momento, entre os 17 membros do executivo municipal de Lisboa, há dois vereadores – Ângelo Pereira e Inês Drummond – constituídos arguidos no caso “Tutti Frutti”, e um outro – Diogo Moura (CDS-PP) – acusado de “dois crimes de fraude em eleições” internas do CDS-PP, e que suspendeu o exercício de funções a pedido do presidente da câmara, Carlos Moedas (PSD).

A socialista Inês Drummond é vereadora em Lisboa sem pelouros atribuídos, ao contrário de Ângelo Pereira, que é responsável pelo Desporto, Segurança e Polícia Municipal, Proteção Civil e Socorro, Estrutura Verde e Higiene Urbana, e de Diogo Moura, que tinha os pelouros da Economia e Cultura, e que foi substituído por Joana Oliveira Costa, também do CDS-PP.

Inês Drummond esteve 10 anos como presidente da Junta de Freguesia de Benfica, cargo que renunciou em fevereiro de 2020 para fazer parte da equipa de assessoria do então presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS).

Neste âmbito, em 21 de junho, a Assembleia da República aprovou, por unanimidade, o levantamento da imunidade parlamentar dos deputados do PSD Luís Newton, Carlos Eduardo Reis e Margarida Saavedra, os três sob suspeita no âmbito do processo “Tutti-Frutti”, na sequência de pedido do MP.

Luís Newton é também deputado na Assembleia Municipal de Lisboa e presidente da concelhia do PSD de Lisboa.

A operação batizada de “Tutti Frutti” investiga desde 2018 alegados favorecimentos a militantes do PS e do PSD, através de avenças e contratos públicos, estando em causa suspeitas de corrupção passiva, tráfico de influência, participação económica em negócio e financiamento proibido.