Durante o regime militar (1964-1985), centenas de pessoas que trabalhavam no rancho do Vale do Rio Cristalino, no estado do Pará, conhecido como Rancho Volkswagen, viveram em condições degradantes e foram sujeitas a violência.
Segundo a organização, o gigante alemão "retirou-se da mesa de negociações" esta quarta-feira e disse não ter interesse em assinar o acordo.
A negociação incluía o pagamento do equivalente a cerca de 30 milhões de euros, que seriam utilizados como reparações a 14 trabalhadores já identificados como vítimas e para criar um programa de levantamento histórico, identificação e busca de outros trabalhadores que também foram sujeitos ao mesmo tratamento naquela fazenda.
"O MPT lamenta a posição da Volkswagen, que vai contra o seu compromisso com o país e com os direitos humanos, uma vez que se trata de uma violação muito grave que teve lugar ao longo de 10 anos com a sua participação direta", disse a organização numa declaração.
Segundo as investigações do MPT, a Volkswagen empregou trabalho escravo entre os anos 70 e 80 no país, período em que "os trabalhadores viram a sua dignidade atacada e a sua liberdade cerceada".
"A empresa tinha recursos públicos e benefícios fiscais que ajudaram a alavancar a sua atividade, tornando-a num dos centros mais importantes do setor".
Testemunhos conhecidos da organização indicam que os trabalhadores do rancho viviam em condições insalubres, sem água potável e com pouca comida, não tinham tratamento médico em casos de malária e eram impedidos de abandonar o rancho.
Numa declaração, o fabricante alemão disse rejeitar as alegações apresentadas nos registos de investigação e afirmou que "não concorda com as declarações de facto unilaterais apresentadas por terceiros".
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