Sexta-feira passada foi anunciado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros um voo da TAP de repatriamento de portugueses e de cidadãos estrangeiros residentes em Portugal retidos no Brasil e com necessidade imediata de regresso ao território nacional. O voo "por razões humanitárias" partirá de Portugal na próxima sexta-feira, dia 26 de março, e regressará no dia seguinte, a 27 de março.

No entanto, deste voo ficaram excluídos os passageiros que tinham bilhetes comprados nas operadoras brasileiras Azul e Latam antes das proibições aéreas.

Assim, com vista a incluir não só quem tinha passagem aérea comprada pela TAP, mas também por estas duas companhias, a operadora portuguesa fixou o preço por bilhete em 837,90 euros, avança o Público.

São 520 as pessoas que precisam de viajar entre os dois países no imediato, mas apenas cerca de 200 tinham os seus bilhetes comprados pela TAP antes das proibições, afirma o Público. Tal situação poderá fazer com que mais de 300 pessoas com necessidade imediata de viajar tenham de pagar mais de 800 euros para fazer a travessia sobre o Atlântico.

A Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, ao Público, confirma a história. “Aos passageiros que já dispunham de bilhete desta companhia aérea [TAP], e apenas desta, é feita uma alteração gratuita do bilhete, desde que dentro da mesma classe tarifária”. Não obstante, “aos restantes aplica-se o preço para este voo praticado pela TAP” - os tais 837,90 euros.

Apesar disto, a Latam estará a organizar pelo menos dois voos, sem custos adicionais e com escala em Madrid, para substituir os bilhetes de quem voaria com esta companhia aérea. A ideia será que os passageiros saiam de Lisboa num voo da Ibéria com destino a Madrid e da capital espanhola sigam destino até São Paulo.

“As pessoas estão a ser contactadas pela Latam e nós na associação estamos a tentar encaminhar mais pessoas para esta Latam. Ainda não sabemos se a Azul fará o mesmo”, disse, ao Público, Ricardo Amaral Pessôa, presidente da Associação Brasileira de Portugal e dirigente do Conselho de Cidadãos Brasileiros em Lisboa, há 30 anos a viver na capital portuguesa.