Não estamos muito preocupados com o ‘brexit’ [saída do Reino Unido da União Europeia] pois temos uma posição forte nas vendas nos Estados Unidos (30%) e na Ásia Pacifico (27%)”, disse o gestor da empresa sediada em Londres, lembrando que, por isso, em termos de risco cambial a empresa “está isolada”.
O fundador da Farfetch, uma das maiores plataformas na Internet de venda moda de luxo, apesar de considerar que a operação em Londres “está a correr bem”, alerta para o risco de ser difícil com o ‘brexit’ entrar talento não comunitário no Reino Unido.
A empresa luso-britânica, que é conhecida também por ser um dos unicórnios a nível mundial, isto é, que estão avaliadas em mais de mil milhões de euros, tem a sede em Londres onde trabalham colaboradores de 25 nacionalidades e conta com um total de 11 escritórios.
José Neves referiu também que a Farfetch “é mais do que uma plataforma de comércio eletrónico (no acrónimo inglês 'e-commerce')”, tem consumidores em todo o mundo e foi criada por “afetos e gosto pela moda”.
Para o gestor, o sentimento que se tem ao mergulhar no ambiente da Farfetch “não é replicável”, sendo que a empresa é “comunidade global de moda”.
Sobre se se deve aprender com os erros do passado, José Neves, explicou que para a Farfetch, as lições de há cinco anos atrás são “irrelevantes para hoje”.
“O que dantes era um grande amigo”, reconhecer os padrões e os erros do passado, agora começa para a empresa a ser “o nosso inimigo”, salientou.
“Temos [pois] que aceitar que falhamos, que o erro existe, mas isso não nos deve impedir de tomar uma segunda decisão”, advertiu.
Fundada em 2008, a Farfetch está traduzida para nove idiomas e tem parcerias com as melhores boutiques e marcas do mundo, de Tóquio a Toronto, Milão a Miami, oferecendo serviços em mais de 190 países e é uma das poucas 'startups' do mundo a serem consideradas unicórnio, ou seja, empresas que estão avaliadas em mais de mil milhões de dólares (cerca de 902 milhões de euros).
O Conselho de Administração é liderado por José Neves, fundador e presidente executivo da empresa, e por Dame Natalie Massenet, fundadora do grupo Net-a-Porter, contando com investidores de envergadura no mercado tecnológico e de luxo, como Index Ventures, DST Global, Vitruvian, Conde Nast, IDG, Temasek e Eurazeo.
A conferência de tecnologia e empreendedorismo Web Summit decorre até quinta-feira, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
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