O suplemento Dinheiro Vivo, do ‘Diário de Notícias’, anunciava na passada quarta-feira, 8 de agosto, que Marine Le Pen, líder de um dos mais radicais partidos franceses, estava entre os convidados da Web Summit, que se realiza pela terceira vez consecutiva no Parque das Nações, em Lisboa, entre 5 e 8 de novembro.
Le Pen, ex-candidata presidencial em França, surgia ao lado de nomes como Tim Burners-Lee, o inventor da World Wide Web (a Internet como a conhecemos) e a princesa Beatrice de Inglaterra.
A presença da filha do igualmente polémico Jean-Marie Le Pen na capital desencadeou várias críticas: à organização, mas também à autarquia liderada pelo socialista Fernando Medina.
As críticas vieram um pouco de todo o lado. João Galamba, do Partido Socialista, dizia na rede social Twitter que a “[n]ormalização de fascistas já ultrapassa em muito o aceitável”.
Rui Tavares, líder do LIVRE, fazia uma achega a Medina, lembrando que “a Câmara de Lisboa celebrou a WebSummit como um exemplo da Lisboa que fazia “pontes, e não muros”. Hoje a cidade não pode ficar quieta perante a tentativa de lá dar palco a uma das maiores representantes da xenofobia e do fechamento”.
Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, acusava a organização da edição de 2018 da WebSummit de estar apostada “em contribuir para a normalização da extrema-direita. Em Portugal, há pouco mais de 40 anos vencemos um regime fascista que torturou e matou. Este convite é um insulto. Vai ter protesto. Marine Le Pen é 'persona non grata’."
Já depois da contestação, todavia, e igualmente sem aviso oficial, o nome e a fotografia de Marine Le Pen desapareceram da lista oficial de convidados disponível na página do evento.
O SAPO24 questionou a organização da Web Summit acerca da presença (ou ausência) de Le Pen da edição deste ano, porém, não foi possível obter resposta até ao momento.
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