Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação Nacional de Parceiros das Plataformas Alternativas de Transportes (ANPPAT), João Pica, explicou que no primeiro dia da cimeira os motoristas destes transportes foram vítimas de “perseguição pelas autoridades policiais” junto ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
Com a paragem prevista para esta quarta-feira em Lisboa, as plataformas de transporte pretendem criar “um caos na mobilidade urbana” para alertar para o facto de a lei ainda não ter sido aprovada no parlamento.
“Se afetarmos uma percentagem dos transportes é óbvio que seremos ouvidos, porque vai despertar a atenção da organização da Web Summit”, declarou o responsável da ANPPAT.
Segundo João Pica, vários motoristas destas plataformas foram multados e a associação estima que as coimas totais ascendam já a um milhão de euros.
A Uber, Cabify e Chofer querem um período de tolerância, porque a lei que regula estas plataformas já foi aprovada, mas ainda tem de ser discutida na especialidade.
De acordo com João Pica, cerca de 60% das viagens para a cimeira de tecnologia são asseguradas pelas plataformas alternativas de transportes.
Caso esta situação se continue a arrastar, os trabalhadores das plataformas alternativas de transportes têm previstas outras iniciativas, como marchas lentas pela capital portuguesa com as suas viaturas.
João Pica acredita que a adesão à iniciativa “vai ser considerável, principalmente porque é um momento de grande procura em Lisboa resultante da Web Summit, e da necessidade de mobilidade nestes dias”.
Uma nota enviada pela associação refere que “a ANPPAT está ao lado de todos os empresários do setor”, e aponta que “é difícil entender o porquê do arrastamento desta situação, depois das posições públicas favoráveis de vários membros do Governo”.
A Web Summit decorre até quinta-feira, no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.
Segundo a organização, nesta segunda edição do evento em Portugal, participam 59.115 pessoas de 170 países, entre os quais mais de 1.200 oradores, duas mil 'startups', 1.400 investidores e 2.500 jornalistas.
A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois de permanência na capital portuguesa.
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