O conselho de diretores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas baniu Will Smith de todos os os seus eventos, incluindo os Óscares, por 10 anos, depois do vencedor da estatueta de melhor ator ter dado uma chapada ao apresentador Chris Rock no palco da última cerimónia dos Óscares.

Num comunicado publicado no dia dois de abril, Will Smith apresentou a demissão da Academia.

“Respondi diretamente ao aviso de uma audição disciplinar da Academia e vou aceitar plenamente todas quaisquer consequências pela minha conduta. As minhas ações (…) foram chocantes, dolorosas e imperdoáveis”, adiantou Will Smith num comunicado divulgado pela imprensa norte-americana.

No comunicado, Will Smith disse ainda que traiu a “confiança da Academia” e, por isso, apresentou a demissão.

“(…) Estou a demitir-me da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e aceitarei quaisquer outras consequências que o Conselho considerar apropriadas. A mudança leva tempo e estou e comprometido em fazer o trabalho para garantir que nunca mais permita que a violência se sobreponha à razão”, salientou.

A Academia de Cinema dos Estados Unidos condenou na semana passada a agressão do ator Will Smith ao humorista Chris Rock, na cerimónia dos Óscares, no domingo, e revelou que iria analisar o caso e tirar daí as consequências.

“Iniciámos oficialmente uma análise sobre o incidente e iremos considerar possíveis ações e consequências, de acordo com os nossos regulamentos, padrões de conduta e segundo a lei da Califórnia”, afirmou a academia em comunicado citado pela imprensa norte-americana.

Depois da agressão, Will Smith pediu também publicamente desculpas a Chris Rock, admitindo que passou dos limites e que o seu comportamento foi "inaceitável e indesculpável".

"A violência, em todas as formas, é venenosa e destrutiva. O meu comportamento ontem [domingo] à noite nos prémios da Academia foi inaceitável e indesculpável. (...) Passei dos limites e errei. Tenho vergonha e os meus atos não corresponderam ao homem que eu quero ser", afirmou o ator numa declaração escrita partilhado no Instagram.

Dirigindo-se diretamente a Chris Rock, Will Smith pediu-lhe desculpas pela agressão, que aconteceu em palco, em direto, na cerimónia dos Óscares, na qual acabou por ser distinguido como melhor ator, pela participação no filme "King Richard: Para além do jogo".

O incidente aconteceu durante a cerimónia dos Óscares quando o humorista Chris Rock, que ia apresentar o Óscar de Melhor Documentário, iniciou a sua intervenção com um número de comédia, durante o qual comparou a mulher de Smith, a atriz Jada Pinkett-Smith - que não tem cabelo, por sofrer de uma doença autoimune -, à tenente O'Neil, "GI Jane", do filme de Ridley Scott.

Will Smith levantou-se, subiu a palco deu uma bofetada em Chris Rock e regressou ao lugar, de onde continuou a gritar: "Mantém o nome da minha mulher fora da sua 'fucking mouth'".

Em palco, Chris Rock ainda tentou minimizar a situação, mas sem disfarçar o incómodo, dizendo que tinha sido um momento para "a história da televisão".

Pouco depois, Will Smith regressou a palco para receber o Óscar de Melhor Ator, e durante o discurso, em lágrimas, pediu desculpa à Academia e aos nomeados, e tentou tentando justificar o seu comportamento, sem falar diretamente da agressão ao humorista.

"Richard Williams foi um corajoso defensor da sua família", disse, numa referência ao pai das irmãs Williams, papel que desempenha e lhe deu o Óscar, no filme “King Richard”.

"Por vezes, é preciso aturar insultos, e é preciso continuar a sorrir e a dizer que está tudo bem", acrescentou o ator.

No final da cerimónia, a Academia escreveu um breve comentário no Twitter dizendo que, genericamente, condenava atos de violência.