Um estudo formulado pelo instituto Onward projeta o eleitor que vai decidir estas eleições como sendo masculino, branco, com mais de 45 anos, sem educação universitária e que votou para a saída do Reino Unido da União Europeia no referendo de 2016.
"Os campos de batalha" destas eleições, refere o estudo "The Politics of Belonging" vão ser cidades do norte e centro de Inglaterra, com fortes raízes da classe trabalhadora e tradições trabalhistas, como Workington, Wigan, Wakefield, Castleford, Dewsbury.
Workington é uma pequena cidade histórica na foz do rio Derwent, na costa do noroeste de Inglaterra, e a principal na região de Cumbria, onde a exploração do ferro e carvão no século XVIII contribuiu para a revolução industrial.
Até agora, estas cidades de regiões com tradição de râguebi eram fiéis ao ‘Labour', mas a crise política oferece uma oportunidade para o partido Conservador conquistar alguns destes lugares e garantir uma maioria absoluta no parlamento.
Porém, concretizar o ‘Brexit' não é suficiente: segundo o estudo, os Conservadores precisam de ir para além das políticas habituais de cortar impostos e liberalizar a economia e investir em serviços públicos, como a saúde, escolas e segurança social.
"Boris Johnson precisa de converter-se ao que chamamos de conservadorismo para o bem comum e oferecer políticas aos eleitores que restaurem um sentimento de comunidade e de proteção contra as inseguranças da vida moderna", resumiu o diretor do Onward, Will Tanner.
Os estereótipos demográficos são uma tradição nas eleições britânicas, remontando aos anos 1980, quando o chamado ‘Essex Man’, eleitor pouco qualificado e tradicionalmente trabalhista, ajudou Margaret Thatcher a ganhar três eleições consecutivas.
Em 1997, o ‘New Labour’ de Tony Blair desenhou a campanha para conquistar tanto o ‘Mondeo Man’, eleitor de classe média, e a ‘Worcester Woman’, eleitora do norte de Inglaterra mais conservador, ambos com aspirações sociais e económicas.
Nas eleições de 2010, o Partido Conservador de David Cameron apontou cargas à ‘Holby City Woman’, mulheres funcionárias públicas com entre 30 e 40 anos que gostam de telenovelas, e o ‘Motorway Man’, homem de classe média com residência junto a grandes vias rodoviárias.
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