“Estamos sempre a tentar expandir e crescer o máximo possível”, frisou o responsável pelo grupo destacado no Médio Oriente, John Torpey, em conferência de imprensa ‘online’.

A WCK mantém atualmente duas cozinhas principais em Gaza e outras 65 cozinhas comunitárias em funcionamento distribuídas por todo o enclave, explicou a ONG.

Por sua vez, a porta-voz e assessora de imprensa da WCK, Linda Roth, detalhou que a ONG recebeu, na semana passada, “cerca de 100 camiões” que cruzaram a fronteira do Egito com mantimentos para abastecer as suas cozinhas.

A WCK está agora a tentar abrir uma nova rota de abastecimento a partir da Jordânia, por onde entrariam caixas de refeições preparadas e prontas para consumo imediato, explicou a porta-voz da WCK, do ‘chef’ espanhol José Andrés.

Por enquanto, a WCK não está a desenvolver as suas operações no norte de Gaza, onde é mais difícil para as suas caravanas de ajuda chegarem do Egito e onde, segundo Torpey, há zonas onde as pessoas têm “dificuldade em encontrar comida e água potável”.

A porta-voz explicou ainda que, depois da grande pressão internacional sobre Israel após o ataque aos colaboradores da WCK, “há definitivamente uma mudança de atitude” com a ONG e o Exército israelita, “parece mais disponível para fornecer informações” no terreno agora.

Antes de encerrar as operações em abril, a WCK já tinha distribuído mais de 43 milhões de refeições em Gaza, representando 62% de toda a ajuda internacional de ONG no enclave, segundo dados da organização.

Após o ataque, José Andrés apelou a uma investigação independente sobre o incidente e instou, sem sucesso, os Estados Unidos, a Austrália, o Canadá, a Polónia e o Reino Unido, países de origem dos trabalhadores humanitários que morreram, a aderirem a este apelo.

Embora as Forças de Defesa de Israel tenham assumido a responsabilidade pelo ataque e afirmado que tinham mudado as suas políticas, a WCK ainda procura respostas sobre um incidente que ocorreu logo depois de trabalhadores humanitários terem supervisionado o descarregamento de 100 toneladas de alimentos trazidos para Gaza por via marítima.

Pelo menos 196 trabalhadores humanitários morreram em Gaza desde outubro, segundo as Nações Unidas.

Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas depois de este, horas antes, ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.

Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Hamas fez também 251 reféns, 120 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.

A guerra, que hoje entrou no 242.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 36.550 mortos, mais de 83.000 feridos e cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após quase oito meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.