Segundo avança a SIC, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, antigos gestores da Portugal Telecom forma ambos notificados para se apresentarem no Departamento Central de Investigação e Ação Penal para serem interrogados e constituídos arguidos na Operação Marquês que envolve o antigo primeiro-ministro, José Sócrates.
Zeinal Bava foi notificado para se apresentar esta manhã tendo sido interrogado e formalmente constituído arguido. Henrique Granadeiro estava também notificado para se apresentar logo de seguida, mas ainda não há informação sobre esse interrogatório.
"Os arguidos, antigos gestores da PT, são suspeitos da prática de factos suscetíveis de integrarem os crimes de fraude fiscal, corrupção passiva e branqueamento", informa nota da Procuradoria-Geral da República.
Recorde-se que em junho de 2016 as casas de ambos os gestores foram alvo de buscas pelos inspectores que investigam a Operação Marquês.
Em meados de julho do ano passado, o Ministério Público realizou buscas a sociedades do grupo PT, residências de antigos gestores da empresa e a um escritório de advogados no âmbito da Operação Marquês.
Em causa, indicava a PGR na altura, estavam “eventuais ligações entre circuitos financeiros investigados neste inquérito e os grupos PT e Espírito Santo”, estando em investigação factos “suscetíveis de integrarem os crimes de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais”.
A Operação Marquês tem como arguidos, entre outros, o ex-primeiro-ministro José Sócrates, o ex-ministro socialista Armando Vara, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, o empresário luso-angolano Hélder Bataglia e Carlos Santos Silva, amigo de longa data de Sócrates que os investigadores julgam tratar-se do fiel depositário de "luvas" destinadas a José Sócrates.
José Sócrates esteve preso preventivamente mais de nove meses e está indiciado por fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva para ato ilícito.
Dois anos após o início do inquérito, que a 20 de novembro de 2014 fez as primeiras detenções, a investigação do Ministério Público continua sem que exista acusação ou arquivamento, estando prevista uma decisão para 17 de março. A ‘Operação Marquês' conta agora com 22 arguidos, 17 pessoas singulares e 5 coletivas.
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