“Conversámos sobre cooperação em segurança. Agradeci-lhe a prontidão com que forneceu apoio efetivo ao sistema energético da Ucrânia”, escreveu Zelensky na sua conta na rede social Twitter, referindo-se a uma conversa com o chefe do Governo português.

O sistema energético ucraniano tem sido fortemente afetado por diversas vagas de ataques russos dirigidos às infraestruturas essenciais do país, provocando frequentes e sucessivos apagões, bem como restrições no acesso a energia para o aquecimento da população.

Zelensky acrescentou que, durante a conversa, discutiu com António Costa os “passos concretos” para implementar a “fórmula de paz”, o plano de negociação para o conflito que se iniciou em fevereiro do ano passado e que o Governo ucraniano quer ver completado até à primavera.

O líder ucraniano tem tido o apoio dos aliados ocidentais para este plano de paz, incluindo os Estados Unidos e a União Europeia, mas a iniciativa foi já rejeitada pela Rússia.

O plano de paz proposto por Kiev inclui vários pontos, como o restauro da integridade territorial da Ucrânia, a saída total das tropas russas, o cessar das hostilidades, a libertação de prisioneiros e o estabelecimento de um tribunal para julgar crimes de guerra cometidos pelas forças comandadas por Moscovo.

Costa comunica a Zelensky que Portugal vai reforçar apoio humanitário

O primeiro-ministro anunciou também que falou hoje ao telefone com o presidente da Ucrânia e adiantou ter comunicado a Volodymyr Zelensky que Portugal reforçará o apoio humanitário e participará na “fórmula para a paz” proposta pelo chefe de Estado ucraniano.

Os assuntos abordados na conversa telefónica com o presidente da Ucrânia foram transmitidos por António Costa através da sua conta na rede social Twitter.

“Falei hoje com o presidente [Volodymyr] Zelensky. Portugal irá reforçar o apoio humanitário e militar à Ucrânia e vai também participar ativamente na Fórmula para a Paz proposta pelo presidente Zelensky”, escreveu o líder do executivo português.

O primeiro-ministro português esteve em Kiev em 21 de maio passado, reuniu-se com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e manifestou a disponibilidade de Portugal para participar num programa de reconstrução de escolas e jardins de infância da Ucrânia, ou, como hipótese alternativa, patrocinar a reconstrução de uma zona territorial a indicar pelas autoridades ucranianas.

Entre as opções de reconstrução de zonas destruídas na Ucrânia, o líder do executivo português manifestou preferência pela referente às escolas e jardins de infância, dizendo que o Estado Português tem experiência recente na execução desses programas de modernização de estabelecimentos de ensino.

Em Kiev, no final de uma reunião com o primeiro-ministro ucraniano, Denys Shmyhal, António Costa assinou um acordo para a concessão de um apoio financeiro de 250 milhões euros à Ucrânia.

Um mês depois da sua deslocação a Kiev, em 21 de junho passado, António Costa e Volodymyr Zelensky falaram ao telefone sobre o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia.

Nessa conversa, o primeiro-ministro confirmou “o apoio de Portugal à concessão à Ucrânia do estatuto de candidato no seu processo de adesão à União Europeia”.

O primeiro-ministro revelou também ter comunicado ao presidente da Ucrânia a disponibilidade de Portugal “para aprofundar o apoio político e técnico ao processo de adesão ucraniano”.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus –, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.