“Quanto mais audacioso e cruel o terror russo se torna, mais óbvio é para o mundo que ajudar a Ucrânia a proteger o céu é uma das tarefas humanitárias mais importantes para a Europa no nosso tempo”, sublinhou o chefe de Estado ucraniano no seu habitual discurso noturno diário divulgado nas redes sociais.
Os Estados Unidos e 50 países do grupo de contacto de apoio à Ucrânia pronunciaram-se esta quarta-feira pelo aumento da produção das suas indústrias da defesa para Kiev continuar a combater a invasão russa e garantir a respetiva segurança.
“Estamos a exercer pressão para galvanizar as nossas bases industriais” com o objetivo de “aumentar a força de produção” para defender a Ucrânia, enquanto “satisfazemos as nossas próprias necessidades de segurança”, declarou o secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, numa conferência de imprensa no final da reunião do grupo a que presidiu.
Zelensky garantiu que a Ucrânia estará à altura da sua tarefa, agradecendo aos aliados “que já tomaram a decisão de fortalecer esse apoio (…) à defesa eficaz do ar”.
Tanto o encontro do grupo de contacto como a reunião dos ministros da Defesa da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte), que se iniciou esta quarta-feira à noite com um jantar e continuará na quinta-feira, tinham previsto abordar a questão da reposição dos ‘stocks’ de armas e munições que os países estão a esgotar.
O secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, que também participou na reunião do grupo, expressou confiança em que os aliados vão rever as diretrizes para os inventários e se comprometerão mais com a indústria do setor da defesa, para lhe “proporcionar a procura a longo prazo de que necessita para investir mais em capacidade de produção”.
Os países do grupo de contacto estão também a analisar a hipótese de fornecer à Ucrânia sistemas de defesa antiaérea de curto e longo alcance, com o objetivo de “reconstruir e manter um sistema integrado de defesa aérea e defesa antimísseis”, indicou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas norte-americano, Mark Milley.
Fontes aliadas salientaram que, no ataque russo com mísseis a diferentes cidades ucranianas na segunda-feira, mais de metade deles foi intercetada pela defesa ucraniana.
Este grupo de contacto, uma iniciativa dos Estados Unidos, teve o seu primeiro encontro em abril passado na base aérea norte-americana de Ramstein, no sudoeste da Alemanha.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,6 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 231.º dia, 6.221 civis mortos e 9.371 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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