A cidade, um subúrbio ao norte de Kiev que tinha 37.000 habitantes antes da guerra, tornou-se num símbolo das atrocidades atribuídas às tropas invasoras.

Moscovo nega qualquer envolvimento nas mortes de civis e afirma que foi uma "encenação" de Kiev e dos seus aliados.

O aniversário ocorre um dia depois da Rússia ter assumido a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que Kiev chamou de "chapada na cara" da diplomacia.

"Povo ucraniano! Eles resistiram à maior força contra a humanidade do nosso tempo. Eles pararam uma força que eles desprezam e que quer destruir tudo o que é importante para o povo", escreveu Zelensky no Telegram.

"Libertaremos todas as nossas terras. Colocaremos a bandeira ucraniana de volta em todas as nossas cidades", acrescentou. Moscovo ainda controla mais de 18% do território ucraniano.

O chefe do Exército, Valery Zaluzhny, afirmou que os soldados vão continuar a "lutar pela independência da nação".

Recorde-se que a 2 de abril do ano passado, um grupo de repórteres da AFP entrou em Bucha e encontrou nas ruas os corpos de vinte homens com roupas de civis, um deles com as mãos amarradas nas costas, veículos carbonizados e casas destruídas.

O cenário comoveu o mundo. A Ucrânia e as potências ocidentais denunciaram execuções sumárias de civis e "crimes de guerra" que, segundo o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, serão "reconhecidos pelo mundo como genocídio".

"Vitória estratégica"

Para o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksandre Syrsky, a retirada dos russos da região de Kiev há um ano constituiu "uma vitória estratégica" que permitiu "novas operações bem-sucedidas".

O Exército russo retirou-se de Bucha e de toda a região ao norte de Kiev a 31 de março de 2022, pouco mais de um mês após o início da invasão.

Desde então, quase todos os líderes estrangeiros ocidentais que visitaram a Ucrânia em demonstração de apoio também passaram por Bucha.

Marcando o aniversário da libertação da cidade na sexta-feira, Zelensky disse esperar que a cidade se torne um "símbolo de justiça".

"O mal russo cairá, precisamente aqui na Ucrânia, e não poderá mais levantar-se", declarou.

Kiev estima o número de civis mortos no distrito durante a ocupação russa em "mais de 1.400", incluindo 37 crianças.