Zelensky propôs diversas medidas que visam limitar o poder da Rússia como membro permanente do órgão e com direito de veto.

Dada a dificuldade de reformar a estrutura dos próprios órgãos da ONU, o  presidente ucraniano propôs que o direito de veto passe a ser contornado dando à Assembleia Geral poder para anular, por maioria qualificadada, um veto por dos cinco membros permanentes (Rússia, Estados Unidos, China, França e Reino Unido).

Além disso, propôs que quando um destes países “recorrer à agressão contra outra nação, em violação da carta fundadora da ONU”, seja suspenso do Conselho de Segurança por um determinado período de tempo.

"A Rússia, depois de inúmeros dias de luta e de destruição, matou milhares dos nossos cidadãos e transformou outros em refugiados", disse Volodymyr Zelensky.

"É uma agressão criminosa, sem qualquer provocação, contra a nossa nação", acrescentou, garantindo que o objetivo é a apropriação de recursos ucranianos. "Com esta agressão, com este ato terrorista, mina também todo o tipo de normas internacionais que visam proteger o mundo de todas estas guerras".

Zelensky agradeceu de seguida "a todos os que consideram a agressão russa como uma violação da Carta das Nações Unidas" e lembrou que a Ucrânia exerce o seu direito de autodefesa, "armando-se com as armas disponíveis, sanções e votando em resoluções adequadas" que acabam por ajudar a que se cumpra esta carta.

"O único agressor nesta guerra é a Rússia. Não mudou nada para a Rússia nas Nações Unidas mas, no entanto, tudo mudou para o resto das Nações Unidas. Há que reconhecer que as Nações Unidas estão agora perante um imbróglio, um impasse. A humanidade já não está alicerçada nas Nações Unidas, os líderes mundiais procuram agora novas plataformas, novas alianças que possam reduzir todo este âmbito desastroso de problemas que se veem aqui espraiados por números de retórica nestas salas, que não protegem as vidas. Devem ser, essas sim, protegidas, sem qualquer tipo de concessão", atirou o presidente ucraniano.