“Queremos que a missão da AIEA liderada pelo diretor (Rafael) Grossi encontre um caminho através (…) de corredores de segurança para chegar à central e fazer o máximo para evitar os perigos de um desastre nuclear”, disse Zelensky durante o encontro, de acordo com o vídeo divulgado pela presidência.

“Esta é uma das questões de segurança prioritárias para a Ucrânia e para todo o mundo, devido à ocupação da nossa fábrica de Zaporijia por soldados russos, criando um elevado risco de explosão e a possibilidade de um desastre nuclear”, explicou o Presidente ucraniano.

Zelensky defende que a comunidade internacional deve obter da Rússia a promessa de “uma desmilitarização imediata da central, a saída de todos os soldados russos com todos os seus explosivos e todas as suas armas”, bem como o retorno desta instalação para controlo ucraniano.

O diário norte-americano New York Times noticia hoje que a missão da AIEA deverá ter lugar na quarta-feira.

Uma das quatro centrais nucleares em operação na Ucrânia, a de Zaporijia é a maior da Europa, com seis reatores com capacidade de 1.000 megawatts cada.

A central caiu nas mãos das tropas russas em março, logo após Moscovo ter iniciado a invasão da Ucrânia, tendo sido alvo de vários bombardeamentos pelos quais Moscovo e Kiev negam responsabilidade.

Na semana passada, a central já foi brevemente desconectada da rede elétrica, pela primeira vez na sua história, depois de as linhas de energia terem sido danificadas.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções.

A ONU apresentou como confirmados 5.663 civis mortos e 8.055 feridos na guerra, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.