Denominada “Montanha verde 2017”, a iniciativa consegue este ano duplicar o número de árvores plantadas na primeira edição e alargar a ação a dois concelhos, depois de em 2016 apenas ter sido colocada em prática em Silves, explicou à agência Lusa Élio Vicente.
A mesma fonte traçou como metas para o futuro “duplicar sucessivamente” este objetivo até a ação de voluntariado se estender aos municípios do Algarve.
“Talvez um dia consigamos ter uma dinâmica na região para que, no mesmo dia, tenhamos os 16 concelhos do Algarve a receber 5.000 árvores cada um”, desejou Élio Vicente, frisando que este “compromisso do Zoomarine está dependente de como a iniciativa for recebida na região”.
Este biólogo marinho recordou que a “iniciativa surgiu devido aos trágicos eventos do ano passado com os incêndios em Monchique”, que levaram o Zoomarine “a decidir, no âmbito da atividade de responsabilidade social, tentar fazer alguma coisa para, pedagógica e ambientalmente, ajudar a combater estas perdas sistemáticas” causadas pelos fogos.
O Zoomarine, que está localizado na Guia, concelho de Albufeira, “oferece as árvores, a alimentação, as ferramentas, os transportes” e vai contar com a colaboração de cerca de 400 “voluntários que vêm um bocadinho de todo o Algarve e até dois que se deslocam de propósito de Bruxelas, pagando deslocações do seu bolso”, destacou Élio Vicente, qualificando a atitude de quem vem da capital da Bélgica como “extraordinária, de louvar e um exemplo de cidadania”.
“Vamos na parte da manhã plantar em Loulé e depois vamos desafiar estas pessoas a juntar-se à equipa de Silves para dar uma ajuda extra. Vamos plantar sobreiros, ciprestes, pinheiros mansos, medronheiros, e a ideia é que seja uma grande festa para tentar deixar este país um pouco menos cinzento, após dois últimos anos terríveis” devido a incêndios, antecipou.
Élio Vicente precisou que estão inscritas 277 pessoas para Loulé e 131 para Silves e que o grupo é composto por funcionários do parque temático, cidadãos anónimos, técnicos de ambas as Câmaras, voluntários da marinha portuguesa e da Infralobo (Empresa de Infraestruturas de Vale do Lobo, complexo turístico de luxo em Loulé).
As espécies que vão ser plantadas são “autóctones” e foram “escolhidas e ajustadas aos diferentes locais” para se “adaptarem às características climáticas da região, assim como aos terrenos onde estão”, porque é preciso também “garantir que as espécies sobrevivem da forma mais autónoma possível”.
“Fizemos um equilíbrio porque não queremos que seja uma monocultura e que exista uma mancha uniforme, não é assim que os ecossistemas saudáveis sobrevivem, e as câmaras ajustam em função dos terrenos as espécies que querem ter. Há câmaras que preferem mais medronheiros que outras, como no caso de Loulé, enquanto Silves não quer tantos medronheiros por causa do local onde vão ser plantadas as árvores”, argumentou.
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