A poucos metros do Estádio Nacional, em Oeiras, a Cidade do Futebol foi inaugurada a 31 de março de 2016, juntando no mesmo espaço todos os setores da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), desde os serviços administrativos até aos escritórios de selecionadores e da direção, além de três campos relvados — mais um para o treino de guarda-redes –, vários balneários, cinco ginásios — apenas o principal tem luz natural — e zona de hidroterapia.
“Foi um excelente ano para inaugurar a Cidade do Futebol, um ano que coincidiu talvez com os melhores êxitos da Federação Portuguesa de Futebol. As duas primeiras seleções que trabalharam cá em regime de estágio — sub-17 e a seleção AA — foram para as suas missões e conquistaram os respetivos campeonatos da Europa”, recordou, à agência Lusa, Daniel Ribeiro.
O diretor da Cidade de Futebol destacou ainda a qualificação inédita da seleção feminina para o Europeu e os bons resultados das seleções de formação, falando ainda de “um ano extremamente positivo” a nível administrativo em que se criou “uma cultura de convivência”.
Garantindo que tem tido um “bastante bom ‘feedback'” dos trabalhadores após o primeiro ano, Daniel Ribeiro diz que o orgulho pelos elogios recebidos pela instalação é “de muitas pessoas que trabalharam neste projeto, que o pensaram”.
“Foi esse o grande sucesso destas instalações, um pensar muito profundo sobre como otimizar o espaço, o que facilitou o meu trabalho como diretor para gerir o espaço e ter a polivalência que nós temos para organizar eventos, organizar estágios, e ao mesmo tempo ter a federação a trabalhar normalmente”, disse.
Daniel Ribeiro salientou ainda “o design, o conceito, a luz natural, a localização” como fatores que fazem com que as pessoas gostem do que veem quando chegam à Cidade do Futebol.
Neste momento, na Cidade do Futebol, trabalham 120 pessoas a tempo inteiro, mas, de acordo com Nuno Ribeiro, passaram 2.500 pessoas por mês pelas infraestruturas, entre elementos das equipas técnicas, atletas e participantes em eventos ‘corporate’ — quatro a seis por mês.
Segundo o responsável, a Cidade do Futebol tem 80 por cento de ocupação e em 20 por cento dos dias apenas os serviços da FPF estão no local, sendo que, em 217 dias houve pelo menos uma seleção a trabalhar, mas Daniel Ribeiro garante que é possível ter outras seleções ou clubes a estagiar.
“Acho que o período em que outras seleções e outros clubes podem vir cá ter estágios ou treinos coincide com períodos de menor atividade das nossas seleções, como é o caso de dezembro e janeiro, em que tivemos cá o campeão chinês, Guangzhou Evergrande, e a seleção sub-20 sul-coreana, que é a anfitriã do Mundial de sub-20. Conseguimos gerir facilmente a utilização com a manutenção dos relvados e, obviamente, expor a cidade do futebol, além-fronteiras”, referiu.
Sem prazos para conclusão da segunda fase
O diretor da Cidade do Futebol, Daniel Ribeiro, disse à agência Lusa que ainda não há um prazo para a segunda fase da infraestrutura, que inclui um pavilhão, um campo de futebol de praia e um museu.
“Temos um projeto da segunda fase da Cidade do Futebol, para satisfazer o futsal e o futebol de praia e também a criação de um museu da Federação Portuguesa de Futebol. Está na etapa de projeto, não temos ainda definido muito bem o prazo, porque esta é a fase em que preferimos demorar mais tempo, para, como na primeira fase, pensar e planear bem as coisas”, afirmou.
Fora desta segunda fase está a construção de um hotel na Cidade do Futebol, até porque, segundo Daniel Ribeiro, “não se revelou uma instalação crítica, porque, com a qualidade e a quantidade de hotéis à volta, tem resultado bem” o trabalho das seleções.
Daniel Ribeiro quer pensar “passo a passo” para o futuro e não quer já assumir futuras mudanças na Cidade do Futebol, garantindo que, no primeiro ano, “a taxa de melhorias ou mudanças foi mínima comparada com uma obra desta dimensão”.
“A obra foi muito bem pensada, o plano e o projeto desde os arquitetos até à construção, foi feita num tempo recorde, de 17 meses. Como fomos bastante claros nas nossas ideias, a utilização do espaço quase validou as ideias que tínhamos. As mudanças e as melhorias vamos sempre ter, com a utilização do espaço fomos vendo o que se podia melhorar, mas estamos a falar de coisas mínimas. Não necessitámos de deitar uma parede abaixo, nem de fazer um espaço novo, porque eram coisas muito pontuais, que nos ajudaram a ser mais eficazes e eficientes na forma de utilizarmos o espaço”, afirmou.
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