O consultor informático, de 31 anos, foi ouvido na tarde de hoje na 13ª sessão do julgamento da invasão à academia ‘leonina’, em 15 de maio de 2018, com 44 arguidos, incluindo o ex-presidente Bruno de Carvalho, que decorre no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.
A testemunha contou ao coletivo de juízes, presidido por Sílvia Pires, que esteve presente na reunião de 14 de maio, véspera do ataque, entre o então presidente do clube Bruno de Carvalho e elementos do staff, por volta das 17:00, no Estádio José Alvalade.
Gonçalo Rodrigues repetiu hoje a afirmação de Bruno de Carvalho, que outras testemunhas já relataram em tribunal: “aconteça o que acontecer amanhã, quem é que está comigo?”.
“Não foi explicado o motivo desta declaração, feita para o fim da reunião, que foi curta, mas deduzi, interpretei esta afirmação como: o treinador Jorge Jesus ia ser despedido, até pelas notícias que já tinham [saído] e estavam a sair”, referiu a testemunha.
O ex-funcionário, que partilhava gabinete com Bruno Jacinto, um dos arguidos no processo e, à data dos factos, oficial de ligação aos adeptos, contou que, durante essa reunião, Bruno de Carvalho marcou então nova reunião com o staff para as 16:00 do dia seguinte.
“Então, amanhã [15 de maio de 2018] às quatro da tarde na academia”, afirmou a testemunha, repetindo as palavras do então presidente do clube. Minutos depois, após novamente questionado, afirmou já ter dúvidas acerca da hora.
A testemunha não “compareceu” nessa reunião de 15 de maio, pois, a partir do meio-dia, começaram a sair notícias e fotografias suas, por estar envolvido no processo ‘CashBall’, relacionado com alegado esquema de corrupção para viciação de jogos de andebol.
“Estivemos em reunião com os advogados do Sporting até à hora em que começaram a dar as notícias do ataque à academia. Bruno de Carvalho e André Geraldes saíram juntos do local onde eu estava. Bruno de Carvalho esteve em parte dessa reunião e depois esteve no escritório. Nessa reunião, estiveram também outros elementos da direção”, explicou Gonçalo Rodrigues.
A testemunha, à semelhança do então diretor desportivo André Geraldes, são arguidos neste processo, que ainda está sob investigação do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto.
Gonçalo Rodrigues revelou ainda que o arguido Guilherme Sousa é namorado de uma irmã sua, acrescentando tratar-se de “um bom rapaz, calmo, de boa família e trabalhador”.
“Só tenho coisas boas a dizer dele”, sublinhou.
O julgamento prossegue na terça-feira com as inquirições, de manhã, de Vasco Santos, à data dos factos funcionário no departamento se segurança do Sporting, e, à tarde, dos futebolistas Marcus Acuña e Rodrigo Battaglia.
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