“Os valores mobiliários da oferta são 1.372.700 ações da Categoria B, nominativas, escriturais, com o valor nominal de cinco euros, representativas de 39,22% do capital social e direitos de voto da sociedade visada que sejam suscetíveis de ser alienadas e detidas por outras pessoas ou entidades, com exclusão do Boavista Futebol Clube”, pode ler-se no anúncio preliminar da OPA, publicado no sítio oficial do supervisor na Internet.

O valor da contrapartida desta operação será definido por um auditor independente, a ser designado pela CMVM, ou “o maior preço pago pelo oferente pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação do anúncio preliminar da oferta, consoante o valor que for mais elevado”.

Caso a OPA seja aprovada, Gérard Lopez vai reforçar a participação maioritária na SAD do Boavista até 90%, depois de já ter oficializado em outubro a aquisição de 50,78% do capital social, repartido por 1.279.596 ações (36,56%) do clube nortenho e 497.704 (14,22%) da BFC Investimentos, através do grupo ‘Jogo Bonito’, do qual detém 88%.

“A oferente adquiriu ao Boavista FC e à BFC Investimentos 1.777.300 ações de categoria B, escriturais, nominativas, com o valor nominal de cinco euros, representativas de 50,78% do capital social e direitos de voto da sociedade visada, pelo preço global de um milhão de euros, o que equivale ao valor por ação de 0,56 euros”, recorda a CMVM.

O clube portuense passará a ter uma posição minoritária na sociedade gestora do futebol profissional, ao deter 10%, equivalente a 350.000 ações de categoria A, enquanto as ações vendidas a Gérard Lopez foram transformadas automaticamente em categoria B.

Caso o clube venha a recomprá-las no futuro, serão automaticamente reconvertíveis em ações de categoria A, cenário que lhe confere uma série de privilégios, tal como está contemplado nos estatutos do Boavista e no próprio protocolo assinado com Gérard Lopez, que se tornou também proprietário dos franceses do Bordéus no último verão.

Este aumento de participação, conhecido pela CMVM desde 17 de agosto, levou logo o supervisor de mercado de capitais a determinar no final desse mês que o investidor hispano-luxemburguês avançasse com uma OPA obrigatória sobre todas as ações SAD.

A entrada do grupo de Gérard Lopez no capital da SAD do Boavista, 13.º colocado da I Liga, com 12 pontos, ao fim de 14 jornadas, tinha sido aprovada por unanimidade pelos associados das ‘panteras’, numa assembleia-geral efetuada em 10 de outubro de 2020.