A tradição de receções presidenciais a desportistas não é um feudo exclusivo de Marcelo Rebelo de Sousa. O Palácio de Belém tem tido as portas abertas a quem se destaca nas artes desportivas, do futsal ao judo, entre outras modalidades.

Marcelo não se coíbe de desejar boa fortuna nas vésperas de quem se aventura em competições internacionais com a bandeira portuguesa ao peito, nem tão pouco de pendurar insígnias ao pescoço após os sucessos alcançados. Ou mesmo promover o Programa “Desportistas no Palácio de Belém”, iniciativa que contou com a colaboração do Comité Olímpico de Portugal.

Portugal e Marcelo não são, no entanto, inovadores nesta matéria. É assim um pouco por todo o mundo e muitas são as pontes entre política e desporto, servindo o último de sopro no balão da popularidade do primeiro campo.

Hoje, para os Estados Unidos da América e para os americanos, é o dia-noite do 56.º Super Bowl (com transmissão da Eleven Sports em sinal aberto). A final do Futebol Americano é um dos jogos mais aguardados e visionados a nível planetário. Em média, 100 milhões pregam-se à televisão nos EUA e entre 30 a 50 milhões espalhados pelo mundo.

Do outro lado do Atlântico, na Casa Branca, a tradição de receções e telefonemas presidenciais aos campeões dos mais diversos desportos, em especial da Liga de Futebol Americano (NFL), começaram com Richard Nixon.

Em 1970, Nixon iniciou a era das chamadas telefónicas aos vencedores. Há referências e uma fotografia da conversa tida com Len Dawson, do Kansas Chiefs, uma ligação que, no entanto, não ficou (gravada) para a história. Na altura, a viver o período do Watergate, acreditava-se que o presidente norte-americano gravava tudo o que saía da rede fixa da Sala Oval.

Joe Biden, atual presidente do EUA, não foi, nem será, por isso, o primeiro presidente a celebrar o sucesso de uma equipa de futebol americano. Ligado ao desporto do capacete, luvas e leggins, jogou nos tempos de estudante na Archmere Academy (Delaware), n.º 30 ao peito, fez questão de convidar os seus sucedâneos estudantis para a “sua” casa após a conquista de um título.

No ano passado, recebeu na Casa Branca os Tampa Bay Buccaneers. Na excursão, um jogador mereceu mais atenções que outros. Tom Brady, o famoso quarterback, sete Anéis conquistados em 10 Super Bowls. Aos 44 anos, ficou de fora do jogo que todos esperam e pendurou o capacete após 22 anos de carreira.

Este ano, Los Angeles Rams, vencedor da Conferência NFC, ou Cincinatti Bengals, que terminou em primeiro na Conferência AFC, um deles celebrará nos próximos dias a conquista do Troféu Vincent Lombardi, na Casa Branca ao lado do presidente que nos últimos dias fez uma chamada mais importante do que o jogo que suspende a América. Ligou a Vladimir Putin a propósito da questão ucraniana.

A final sem o GOAT

Sem Tom Brady, o tal que tem mais títulos que as duas equipas mais tituladas (New England Patriots e Pittsburgh Steelers), vencedor em 2002, 2004, 2005, 2015, 2017, 2019, e 2021, e derrotado nos anos de 2008, 2012 e 2018, as atenções estão concentradas nos dois jogadores que ocupam a mesma posição do GOAT.

De um lado, Matthew Stafford, 34 anos, primeira escolha do draft em 2009 (Detroit Lions) e reforço dos Lams na época passada, objeto de troca de jogadores com o franchising da cidade dos automóveis. No outro, Joe Burrow, 25, primeira escolha de 2020, e o representante da nova geração de quarterbacks.

Ambos, chegam pela primeira vez ao jogo das suas carreiras. Um frente a frente entre Stafford, uma mão que leva 13 anos de futebol e 183 jogos, sendo 12 voltas ao Sol ao serviço dos Detroit Lions (45 mil jardas e 282 touchdowns) e outra, Burrow, na segunda época (26 jogos) e uma lesão grave no joelho no curriculum, a dar os primeiros lançamentos. 38 touchdowns e 5463 jardas que levaram os Bengals à sua primeira final após 33 anos. É a terceira no historial, tendo perdido com os San Francisco 49ers, em 1982 e 1989.

Os Rams farão a quinta aparição da noite mais esperada do ano. Será a terceira enquanto equipa sediada em Los Angeles. Foram derrotados pelas equipas mais tituladas na história da NFL, em 1980 (Pittsburgh Steelers) e 2019, diante os New England Patriots. A antiga equipa de Brady viria a vencer o franchising quando esteve sedeado em Saint Loius, em 2002, dois anos depois da primeira e única vitória do Rams.

créditos: MARIO TAMA / GETTY IMAGES / AFP

Jogar em casa pela segunda vez na história

Sean McVay (Rams), de 38 anos, e Zac Taylor (Bengals), são os mais novos treinadores em Super Bowls. Uma curiosidade registada para a posteridade exatamente um ano depois de se assistir à mais velha dupla sentada no banco. Bruce Arians, então com 68 anos levou os Tampa Bay Buccaneers à conquista do segundo Vicent Lombardi. Do outro lado apresentou-se Andy Reid, 62 primaveras.

Los Angeles volta a receber o “tal” jogo do qual sairá a equipa a ser recebida por Joe Biden na Casa Branca. Para se saber a data da última vez é necessário recuar a 1993, ao Rose Bowl, em Passadena, a “banheira” que abrigou a final do Mundial de Futebol 1994, depois de 5 finais de Futebol Americano no Wall Of Fame de competições.

Esta é a segunda vez no historial da competição que a equipa da casa joga ... em “casa”. No ano passado, os Tampa Bay acolheram e venceram o jogo que mantém a América acordada. Hoje, o novíssimo SoFi Stadium, estádio partilhado pelos Rams e Chargers, equipa também da Cidade dos Anjos, acolhe o jogo mais esperado do ano.

Propriedade da holding de Stan Kroenke, “dono” dos Rams e do Arsenal FC, equipa da primeira liga de futebol inglesa, custou perto de 5 mil milhões de euros (4,8 milhões de dólares).

Com capacidade para 70 mil pessoas esticará até aos 100 mil para receber a 56.ª edição do Super Bowl. Os bilhetes atingiram preços recorde. Em média, o papel mágico custa 7,900 euros (nove mil dólares). O mais barato, pasme-se, poderia ser comprado por quase cinco euros (4,4 dólares) e o mais caro quase toca os 100 mil, 96,2 mil euros, para sermos mais rigorosos (110 mil dólares).

Embora jogue no sítio que conhece, os LA Rams vestem a pele de visitantes. Equipam-se num balneário familiar e entram em campo com camisolas brancas e calças amarelas. Os Bengals, visitados, podem escolher a cor do equipamento: camisola preta e calças brancas.

Que comece o jogo. 

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