Numa missiva datada de 14 de março, à qual a agência Lusa teve hoje acesso, o ex-treinador endereçou várias questões associadas a seis temas, a começar pelo empréstimo de 14,5 milhões de euros (ME) celebrado em abril de 2023 com a sociedade unipessoal Connect Capital, tal como consta do último relatório e contas semestral publicado pelos ‘dragões’.
O encaixe de 54,3 ME com a antecipação de receitas televisivas, que tinha sido revelado pelo FC Porto em 9 de fevereiro, também foi visado por André Villas-Boas, numa carta submetida com conhecimento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Ao questionar a SAD sobre operações adicionais de antecipação de receitas em fase de preparação ou conclusão, o candidato tentou saber se, em caso afirmativo, haverá como contraparte fundos detidos pela Quadrantis, uma empresa de gestão de capital de risco fundada e administrada pelo empresário João Rafael Koehler, que já foi designado como candidato a vice-presidente do clube para a área financeira pela lista de Pinto da Costa.
André Villas-Boas deixou ainda perguntas sobre a reavaliação do Estádio do Dragão, no Porto, que ajudou os capitais próprios negativos a diminuírem de 175,980 ME para cerca de 8,5 ME em dezembro de 2023, com o FC Porto a projetar capitais positivos em junho.
A transferência de ativos para a sociedade Porto Comercial 2, em que o clube ficará com 70% do capital social e a companhia norte-americana Legends com 30%, foi outra dúvida expressa pelo ex-treinador, que terminou com questões associadas ao cumprimento pela SAD dos requisitos determinados pelo novo regulamento de ‘fair play’ financeiro da UEFA.
O líder da lista “Só há um Porto” pediu uma resposta por escrito à administração de Pinto da Costa num prazo de oito dias, sob pena de, tal como tinha garantido em 19 de março, durante uma visita à Casa do FC Porto de Cantanhede, “reunir acionistas” e efetuar uma “comunicação direta e institucional” junto de CMVM e SAD, exigindo direito de resposta.
André Villas-Boas, ex-treinador da equipa principal de futebol, vai concorrer à presidência do FC Porto com Pinto da Costa, que cumpre o 15.º mandato seguido e é o dirigente com mais títulos e longevidade do futebol mundial, e com o empresário Nuno Lobo, candidato vencido em 2020, nas eleições do clube, em 27 de abril, no Estádio do Dragão, no Porto.
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