Nos últimos dias, foi notícia o facto do Sporting ter falhado o prazo para pagar a primeira parcela de cinco milhões de euros, do total de 10 milhões, da contratação do treinador Rúben Amorim ao Sporting de Braga, no início de março.
Ao pedido de um adepto, na rubrica ‘Duas de Letra’, numa rede social do clube, para “explicar melhor o negócio de Rúben Amorim” e se podia garantir que “não haverá perdão de juros”, António Salvador começou por lembrar o processo da saída do técnico para os ‘leões’.
“Disse ao Sporting que não estávamos interessados em vendê-lo, até porque estávamos a fazer um campeonato fantástico e ele foi importante para dar esse ‘click’ aos nossos jogadores. Entretanto, o Rúben Amorim mostrou vontade de abraçar outro projeto já que o Sporting pagava a cláusula de rescisão. Todos me conhecem e sabem o quanto eu defendo este clube e as questões são muito claras: os contratos são para se cumprir e é isso que irei sempre fazer”, frisou.
António Salvador elegeu o momento atual causado pela pandemia da covid-19 como um dos mais difíceis enquanto presidente do clube minhoto.
“Vai obrigar a estarmos muito unidos e muito organizados para ultrapassar este momento. Nestas alturas, é preciso lideranças fortes e o Sporting de Braga tem uma grande estrutura para poder aguentar e ultrapassar este desafio, que é muito complicado”, disse.
O outro momento difícil foi quando chegou ao Sporting de Braga, em fevereiro de 2003: “o clube estava um caos, em termos desportivos e financeiros, estava completamente perdido, e isso levou-me, e aos que estavam comigo, a um trabalho muito árduo”.
Projetando já a época que se segue, e apesar de ir perder Trincão para o FC Barcelona, um jogador que antevê que “vai marcar a próxima década”, disse acreditar que “quase todo o restante plantel se vai manter” e que terá mais jogadores da formação.
O dirigente elegeu ainda cinco jogos que o mais marcaram: os das conquistas das duas taças da Liga (2013 e 2020) e da Taça de Portugal (2016), o da vitória por 1-0, com golo de Custódio, atual treinador, na meia-final da Liga Europa diante do Benfica (2010/11), e a vitória em Sevilha [4-3] que carimbou o acesso pela primeira vez à fase de grupos da Liga dos Campeões (2010/11).
Como maior desilusão, elegeu a derrota na final da Taça de Portugal em 2015, diante do Sporting, no desempate por grandes penalidades.
“Estar a ganhar por 2-0 perto do fim, irmos para prolongamento e perder nos penáltis foi horrível. Lembro-me muito bem desse jogo, foi um choque muito grande irmos para prolongamento, foi uma desilusão total”, recordou.
A outra “espinha encravada” foi o campeonato de 2009/10 em que lutou pelo título, conquistado pelo Benfica, até à última jornada.
“Foi o ano da invenção dos ‘túneis’. Perdemos, por castigo, o Vandinho injustamente e depois o Mossoró, por lesão. Acredito que, com eles, poderíamos e merecíamos ter sido campeões”, disse.
António Salvador lembrou ainda o papel do presidente do FC Porto, Pinto da Costa, na contratação que lhe deu mais “gozo”, a de Alan, em 2008, depois de uma época emprestado pelos ‘dragões’ ao Vitória de Guimarães.
Salvador contou que o homólogo portista lhe ligou a ‘oferecer’ Alan, por não estar interessado em que continuasse no rival vimaranense devido a um litígio entre as direções dos dois clubes, mas que o então treinador bracarense Jorge Jesus inicialmente “torceu o nariz” à vinda do extremo brasileiro, hoje diretor para as relações internacionais do Sporting de Braga, que se tornaria num dos melhores jogadores de sempre dos ‘arsenalistas’.
“Foi por pouco que não tinha vindo para cá, foi preciso algum tempo para convencer o Jorge Jesus”, tendo uma conversa, por telefone, de Pinto da Costa com o agora técnico do Flamengo, sido decisiva.
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