Toronto FC: a melhor equipa de sempre

Dominadores na Fase Regular (12 pontos de vantagem sobre o segundo classificado), os canadianos controlaram igualmente as operações na altura dos Playoffs, confirmando desta forma o seu estatuto de melhor equipa da história da MLS. A final em casa frente aos Seattle Sounders acabaria por se revelar a desforra perfeita, onde Toronto FC foi novamente superior no relvado, desta feita a níveis estratosféricos. 2-0 foi o resultado final.

Dentro do quadro de honra deste conjunto singular no percurso da competição, podemos encontrar figuras conhecidas como Sebastian Giovinco, Víctor Vázquez, Jozy Altidore ou Michael Bradley, e também outras que vale a pena conhecer, como é o caso do lateral-esquerdo norte-americano Justin Morrow. Segue-se agora a presença na Liga dos Campeões do continente norte-americano, nos oitavos-de-final, frente aos Colorado Rapids. O que poderá acontecer quando a melhor equipa de sempre da MLS entrar numa prova que os emblemas mexicanos conquistam cronicamente?

A consagração oficial de Diego Valeri

Na ressaca da experiência infeliz do médio argentino na Europa, primeiro no FC Porto, e um ano depois no Almería, Diego Valeri decidiu aceitar um convite distante que vinha endereçado de Portland. Cinco anos volvidos, podemos facilmente concluir que se tratou da melhor opção da sua carreira.

Ao serviço dos Timbers, quer fosse na temporada em que se sagrou campeão, ou então no ano imediatamente a seguir, onde não disputou sequer os Playoffs, as performances de Valeri nunca flutuaram. Foi sempre uma peça determinante, entre os melhores da prova, independentemente do momento exibicional da sua equipa. Na mão-cheia de épocas disputadas, assinou 58 golos e 53 assistências. Em 2017, recebeu o prémio de Jogador Mais Valioso da MLS, entrando oficialmente e justamente no histórico da competição.

O regresso de Alessandrini na pior altura dos Galaxy

Após uma experiência promissora no Rennes, Romain Alessandrini não veio confirmar todo o seu potencial, durante o período em que representou o Marselha. Perto de completar 28 anos, o extremo francês necessitava urgentemente de uma mudança que lhe permitisse relançar a carreira e recuperar a confiança. Envergando a camisola dos Los Angeles Galaxy em 2017, conseguiu cumprir essa missão com êxito, mesmo no seio da equipa com a pior performance da história dos californianos, realidade que só vem acentuar e valorizar o feito do futebolista recém-chegado.

Os Galaxy fixaram-se na penúltima posição da tabela classificativa, com 32 pontos em 34 jogos, ao passo que Alessandrini brilhou individualmente, ao gizar 13 golos e 12 assistências. O francês revelou-se um autêntico holofote, na escuridão colectiva que foi a temporada dos Galaxy.

As surpresas que vieram do Texas

Os norte-americanos (ou pelo menos os texanos) adoram dizer que tudo é maior no Texas. No que à Major League Soccer diz respeito, este cliché acabou por encontrar correspondência com a realidade futebolística. Tanto a maior surpresa positiva do ano (Houston Dynamo) como a maior desilusão (FC Dallas), são texanas, e ambas com técnicos colombianos no comando.

O primeiro ano de Wilmer Cabrera em Houston superaria por si só todas as expectativas, se considerássemos apenas a qualificação para os Playoffs. Porém, seguiu-se uma caminhada inesperada até às meias-finais da prova, após eliminar Sporting Kansas City e Portland Timbers. Entre as principais figuras do plantel, destacam-se Adolfo Machado, Erick Torres, Alex, Leonardo, ou Mauro Manotas.

No espectro inverso situaram-se os FC Dallas, candidatos crónicos à conquista do troféu, mas que nem sequer alcançaram o apuramento para os Playoffs. Tudo parecia tranquilo rumo aos Playoffs, mas um ciclo desastroso entre a vigésima e a vigésima-nona jornada, pontuado por seis derrotas e quatro empates, deitou tudo a perder.

A estreia bem-sucedida de Atlanta

O emblema estreante da MLS em 2017 entrou com tudo. Carlos Bocanegra no cargo de Director Desportivo, ‘Tata’ Martino como treinador principal, e um grupo de jovens futebolistas sul-americanos, prontos para comprovar todo o seu potencial dentro do relvado.

E apesar de terem alcançado os Playoffs logo na primeira temporada, o triunfo maior surgiu fora das quatro linhas. A cidade de Atlanta acolheu calorosamente a equipa desde o primeiro minuto, e a procura desenfreada por bilhetes ilustra isso mesmo. Foi a primeira equipa a ultrapassar a barreira dos 70 mil espectadores numa partida da MLS, e fechou a época com uma média anual ligeiramente acima dos 48 mil (!). Perdeu na eliminatória de repescagem dos Playoffs, após grandes penalidades, frente ao Columbus Crew SC, mas ficou a imagem de uma equipa que pratica um futebol entusiasmante, dotada de vários jogadores dignos de observar. O central argentino Leo González Pirez, é um deles.

Pedro Santos liderou o contingente lusitano que promete aumentar

O número de futebolistas portugueses a actuar na MLS continua a não ser suficiente para chamar um segundo táxi, caso necessário, mas o Verão trouxe-nos uma figura lusa que assumiu rapidamente preponderância na sua equipa.

Pedro Santos (Columbus Crew SC) apareceu na recta final da Fase Regular, e ajudou a equipa a qualificar-se para os Playoffs, onde se bateram estoicamente até às meias-finais.

Quanto aos restantes, João Pedro (Los Angeles Galaxy) apareceu na pior altura da história do clube e pouco conseguiu fazer, João Meira (Chicago Fire) protagonizou o seu melhor ano, marcando presença nos Playoffs, e Rafael Ramos (Orlando City SC) continua a perder espaço.

2018 promete surpresas, com a possibilidade de vermos o primeiro português a ser selecionado no SuperDraft. Depois de Martim Galvão ter estado perto, desta vez teremos Manuel Cordeiro na lista de universitários seleccionáveis.

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