Em Espanha há muito que se falava nesta Kings League, criada por Piqué e pelo seu amigo e youtuber Ibai Llanos. O ex-jogador só pendurou as chuteiras no ano passado, mas há muito idealizava esta competição. Em Portugal, contudo, a grande maioria das pesquisas sobre o que seria esta liga começaram a surgir esta semana, tudo devido a um Renault Twingo e a um relógio Casio.

Não tem muito a ver com a Liga, mas para o leitor perceber o contexto, passamos a explicar. Gerard Piqué e a cantora Shakira era um casal até ao ano passado. Fizeram correr muita tinta após a separação, mas este domingo a Kings League 'entrou' no meio das polémicas. Tudo porque o ex-central chegou à competição num Renault Twingo e com um relógio Casio no pulso. Os mesmos que a colombiana mencionou na sua mais recente música, onde refere que o protagonista da letra tinha trocado um Ferrari e um Rolex por um...Twingo e um Casio.

E foi muito devido a esta 'troca de galhardetes' que as pesquisas nacionais sobre o que realmente é a Kings League começaram a aumentar.

O SAPO24 vai ajudá-lo.

Gerard Piqué sempre foi muito ativo nas redes sociais e foi aqui também que conheceu aquele que hoje é considerado o seu melhor amigo, Ibai Llanos. Há muito que idealizavam um projeto em comum e, após o fim da carreira de Piqué, a meio do ano passado, surgiu a ideia de criarem uma competição de futebol que pudesse ser transmitida nas ditas redes.

"A ideia surgiu há uns meses, quando fui jantar com o Ibai Llanos. Nós dois tínhamos claro que queríamos criar um produto que fosse futebol, mas diferente do que existe agora", disse Piqué na primeira jornada da competição, realizada a 1 de janeiro.

Os moldes da competição, em si, não são muito fora do normal, as regras é que são. Mas comecemos pelos moldes.

São 12 equipas, de futebol de sete, com 12 jogadores cada uma e cada partida tem um total de 40 minutos, em duas partes de 20. Todas as formações têm também um dono, que tanto pode ser ligado ao mundo do futebol ou ao universo das redes sociais. Iker Casillas e Sergio Aguero, por exemplo, são dois dos que entraram na competição como proprietários.

Para se escolher a maioria dos jogadores olhou-se para o outro lado do Atlântico, para a América do Norte, onde os drafts são bem conhecidos na grande maioria dos desportos. Assim sendo, 10 jogadores de cada equipa foram escolhidos desta forma, ao passo que os outros dois são o que a Kings League considera de futebolistas wild cards, que podem ser antigos jogadores profissionais ou ainda em atividade, embora sem clube. Há, contudo, uma diferença entre o 11º e o 12º jogador. Se o 11º só pode representar a mesma equipa até final da temporada, o 12º pode mudar a cada jornada.

Nomes como os de Chicharito, Victor Sánchez, Soriano, Saviola ou Capdevila foram alguns dos wild cards que já iniciaram esta temporada, que começou no início de janeiro. Há outros nomes na calha e o antigo internacional português de futsal, Ricardinho, por exemplo, já manifestou interesse em ser recrutado.

O 12º jogador poderá ser também o denominado jogador mistério, que surge apenas algumas vezes e foi batizado com o nome de Enigma69. Já surgiu esta temporada e rezam as crónicas que era um profissional da primeira liga espanhola. Surgiu de cara e com o corpo totalmente tapado. Tudo porque, alegadamente, não recebeu autorização do seu clube para jogar na Kings League...

As regras especiais

E dos moldes, passamos então para as regras. As tais que são bem mais complicadas que as de um jogo normal de futebol.

  • O pontapé de saída é invulgar. As equipas estão junto às suas balizas e correm, após um apito, para ver quem chega primeiro à bola, no círculo central;
  • Ao bom jeito dos desportos norte-americanos, não há empates. Caso, no tempo regulamentar, a partida termine empatada, haverá um desempate por grandes penalidades;
  • Apesar de se jogar num pavilhão, há foras de jogo;
  • As substituições são ilimitadas;
  • Há cartões. O amarelo dá dois minutos de suspensão e o vermelho cinco, entrando depois um suplente;
  • Há VAR na Kings League, mas com regras diferentes. As equipas é que solicitam a intervenção do mesmo. Contudo, caso o árbitro não mude de opinião, essa equipa fica sem direito a novo pedido até final da partida;
  • Cada equipa tem direito a uma chamada carta de ouro por partida, embora, quando as recebem, não saibam quais das cinco 'armas' podem utilizar. As cartas são: uma grande penalidade a favor; a expulsão de um adversário por dois minutos; a possibilidade de roubar uma carta ao adversário; uma carta que se a usar e marcar golo no espaço de dois minutos esse vale por dois; e o joker, que permite a escolha de uma das quatro cartas mencionadas anteriormente.

Os jogos esses, que têm tido audiências na ordem das 800 mil pessoas, podem ser vistos nas redes sociais de cada proprietário ou na Twitch da Kings League.