Em comunicado divulgado esta segunda-feira, 4 de junho, o Benfica informa que "avançará com uma queixa-crime por grave difamação e denúncia caluniosa contra a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD, a propósito de um suposto aliciamento e assédio ilegal feito a jogadores daquele clube e cujo fundamento resulta de um simples comentário de um ex-quadro do SCP num programa desportivo". Acrescenta ainda a nota que "a inusitada situação só se pode explicar pelo conjunto de ocorrências que são do conhecimento público, mas não iliba os seus responsáveis pelas levianas e graves difamações."
O comunicado da SAD do Benfica acontece em resposta a um primeiro comunicado da SAD do Sporting, que anunciou a intenção de avançar com uma “ação em tribunal, e também com uma participação à FIFA”, contra os ‘encarnados’, por “assédio ilegal” a futebolistas do clube de Alvalade.
“A Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD vai avançar com uma ação em tribunal, e também com uma participação à FIFA, contra a Sport Lisboa e Benfica, SAD, devido ao assédio ilegal e contra todas as normas em vigor, feito a jogadores do Sporting”, diz o comunicado dos ‘leões’.
Assinado por Fernando Correia, porta-voz do presidente, da Comissão Executiva da SAD e do Conselho Directivo do Sporting, o comunicado explica que o assédio foi confirmado “na noite de ontem (domingo) por Octávio Machado”, que, como conhecedor dos factos, “será arrolado como testemunha”.
Em declarações à CMTV, no domingo, Octávio Machado, ex-treinador e dirigente ‘leonino’, afirmou que houve “assédio” por parte do Benfica, mais precisamente uma “tentativa de saber se essa possibilidade era viável” e “o Rui disse que não”.
A sondagem do Benfica terá sido feita depois de Rui Patrício rescindir contrato com o Sporting alegando “justa causa”, o que aconteceu após ter falhado a transferência do guarda-redes titular da seleção portuguesa para o Wolverhampton.
A Gestifute, que representa Rui Patrício, disse, então, que, à última hora, o Sporting exigiu mais dois milhões de euros para efetuar o negócio, algo que o clube de Alvalade vem agora confirmar em comunicado, alegando, porém, que isso se ficou a dever a diferentes condições apresentadas.
“A Comissão Executiva aceitou, desde a primeira hora, realizar o negócio da transferência de Rui Patrício para o Wolverhampton desde que as condições fossem, como nos tinha sido garantido, semelhantes às apresentadas pelo Nápoles, ou seja: 18 milhões de euros, a pagar em 24 meses, ficando a Sporting Clube de Portugal – Futebol, SAD com uma possível mais-valia de 15 por cento numa futura transferência, e onde sempre foi exigido pela Sporting SAD mais dois milhões em variáveis”, diz o comunicado.
Segundo os ‘leões’, o que foi apresentado dilatava, porém, “o prazo de pagamento para 34 meses e atribuía uma compensação por mais-valia futura em apenas 10 por cento e sem variáveis”.
“A SAD ‘leonina” fez uma pesquisa de mercado no sentido de descontar no imediato os 18 milhões de euros a serem pagos pelo Wolverhampton, e as melhores propostas que nos foram apresentadas cobravam o triplo em juros do que pediam estas mesmas entidades financeiras, caso o clube comprador fosse o Nápoles”, explica ainda o comunicado.
Desta forma, o Sporting informou o Wolverhampton de que “o negócio teria de ser feito por 20 milhões de euros (e não por 18), por forma a compensar esse aumento dos juros, mantendo todas as restantes condições propostas pelo Nápoles”.
“Se a transferência de Rui Patrício nos for proposta, hoje, nas exatas condições em que a aceitámos (18ME pagos em 24 meses, com uma possível mais-valia futura de 15 por cento, com as variáveis e com semelhantes condições de juros ao nível da antecipação da cobrança da verba), o negócio será fechado, mas nunca cederemos a chantagens”, pode ler-se no comunicado.
O Sporting fala ainda da situação do treinador da equipa principal de futebol, deixando claro que “todas as conversas sobre o futuro de Jorge Jesus no clube estão a ser conduzidas exclusivamente pelo presidente Bruno de Carvalho”.
A finalizar, o Sporting diz ainda que o presidente demissionário da Mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares, deve dirigir a Elsa Judas, presidente da Comissão Transitória da Mesa da Assembleia Geral, “qualquer comunicação que entenda dever fazer, sobre Assembleias Gerais ou similares”.
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