O antigo líder 'leonino', destituído em Assembleia Geral, apresentou-se hoje como candidato ao sufrágio de 8 de setembro, nas eleições para os órgãos sociais do clube, em Lisboa.

"Caros e caras sportinguistas, estou sobre a vossa presença porque hoje sou candidato à presidência do Sporting Clube de Portugal". Depois, aplausos. E, mais à frente, durante a apresentação da sua candidatura, justificou o que o levou a avançar.

"Depois de constatar os apelos de tantos e tantos sócios para que não deixasse de lutar pelo clube que tamos amamos, e ao qual sempre fui, sou e serei leal", começou por dizer, para depois explicar que "é nestes momentos que temos que ter a serenidade e a capacidade de entender todas as variáveis que estão em jogo". Porque no seu entender a sua lista/projeto sabe "o que quer fazer". Em suma, foi um Bruno de Carvalho a informar os associados que quer "construir um futuro que se quer rigoroso e transparente".

Com o lema 'Leais ao Sporting', o candidato apresentou linhas mestras de um programa no qual passa por fazer crescer o clube em vários parâmetros: em sócios (frisou a meta dos 250 mil); no palmarés a nível do futebol ("Um dos nossos objetivos será conquistar um troféu europeu no futebol, algo que só conseguimos em 63/64 com a conquista da Taça das Taças"); mas também por um projeto (aprovado) que visa tornar o estádio dos leões numa infraestrutura "inteligente e de elite". Depois, enumerou várias medidas para o clube que se "quer dos sócios e para os sócios", pois sem eles não existe o ADN sportinguista.

Todavia, ressalvou que já foi dado um passo importante para perceber o que correu bem e mal durante o tempo que esteve à frente dos destinos do clube. "Dado esse primeiro passo a reflexão foi importante para perceber como se vai exponenciar o que de bom foi feito; como melhorar o que de menos foi feito e como não voltar a cometer os erros incorridos".

Escusou comentar as condições legais para avançar

Bruno de Carvalho fez a apresentação de medidas e de quem o acompanha nos três órgãos a eleições, Conselho Diretivo, Conselho Fiscal e Disciplinar e Mesa da Assembleia Geral, mas contornou a questão se a sua candidatura teria condições legais para avançar.

"O responsável pela comunicação deixa o cartão dos nossos advogados e depois podem tirar todas essas dúvidas", respondeu Bruno de Carvalho quando questionado em relação à legitimidade da candidatura e quando enfrenta um processo disciplinar.

O antigo presidente, que esteve no cargo de 2013 a 2018, optou por referir que a dúvida dos associados era a de "terem um candidato em que se revissem, um programa e a vontade de não deixar nunca de ser leal ao Sporting".

O dirigente disse anda ver de bom grado um número elevado de candidaturas, quando o cenário aponta para cinco candidatas e a possibilidade de um sexto. "Espero que haja o máximo de candidatos possível e todos são bem-vindos, mostra que o Sporting não atravessa um problema e está a ser vital", referiu o candidato.

O ex-dirigente foi também questionado quanto à situação de José Peseiro, contratado após a sua saída para assumir a equipa de futebol, e esclareceu que só falará do seu programa e não da atual vida do Sporting.

"Não contem comigo nem com nenhum destes membros para atrapalhar aquilo que é a vida do Sporting Clube de Portugal até dia 8 [de setembro]. E com isso não comento assunto nenhum que não diga respeito à candidatura", justificou, optando por não se pronunciar em relação a Peseiro ou ao regresso de Bruno Fernandes.

O regresso de Nani

Bruno de Carvalho revelou, no entanto, que fica muito feliz com o regresso de Nani, hoje apresentado por Sousa Cintra: “Fico extremamente feliz que tenham terminado a negociação que eu comecei há uns meses”.

Nas escolhas para os órgãos sociais, Bruno de Carvalho conta com o ex-vice-presidente Subtil de Sousa no Conselho Fiscal e Disciplinar, no qual estará também Fernando de Carvalho – o único que não se demitiu no órgão anterior -, e Bernardo Trindade Barros, vice-presidente da Comissão, em plena crise, com as sucessivas demissões em maio e junho.

No Conselho Diretivo, presidido por si, Bruno de Carvalho faz-se acompanhar de quatro vice-presidentes, Alexandre Godinho, Pedro Lopes Ferreira, Erik Ali Kurgy e Luís Paulo Rodrigues, o vogal Fernando Borja Santos e os suplentes Rui Henriques e Francisco Sá Carneiro.

Por fim, justificou que "o Sporting Clube de Portugal necessita de um líder que o ame e respeite incondicionalmente" e que seria "uma honra voltar a defender o projeto iniciado em 2011", mas que só lhe permitiram levar a cabo em 2013, acrescentando que pretende continuar a "percorrer um caminho de sustentabilidade financeira", alongando ainda que pretende a conseguir a manutenção da maioria da SAD do Sporting já no próximo ano.