“Pode não ser a Casa Branca, mas terei muito gosto em receber Megan Rapinoe e a inteira equipa para uma visita à Câmara dos Representantes quando elas quiserem”, escreveu a jovem congressista Alexandria Ocaso Cortez na rede social Twitter.
Rapinoe, que marcou na sexta-feira os dois golos da vitória dos Estados Unidos sobre a França, colocando a equipa nas meias-finais do Campeonato do Mundo, respondeu afirmativamente ao convite.
A capitã da seleção de futebol feminino dos Estados Unidos confirmou na quarta-feira que não vai visitar a Casa Branca após o Campeonato do Mundo devido às divergências com o Presidente Donald Trump.
"Eu mantenho os meus comentários sobre não ir à Casa Branca", declarou a atacante norte-americana no arranque da conferência de imprensa de antevisão dos quartos de final do Mundial feminino, no qual os EUA vão defrontar a anfitriã França.
E acrescentou: "Eu acho que não vou e encorajo as minhas companheiras a refletirem sobre isto. É uma administração que não pensa como nós e que não se bate pelas mesmas coisas que nós nos batemos".
A polémica entre Rapinoe e Trump estalou na terça-feira, dia em que foi divulgado um vídeo pela revista Eight by Eight - que terá sido gravado há vários meses - no qual a capitã norte-americana afirmou que não tem intenção de visitar a Casa Branca, caso seja convidada, e considerando mesmo que a equipa feminina não vai ser convidada por Trump.
"Megan nunca deve desrespeitar o nosso país, a Casa Branca e a nossa bandeira", reagiu na quarta-feira o líder dos EUA através da rede social Twitter, depois de já ter criticado Megan Rapinoe durante uma entrevista ao jornal The Hill pela sua atitude de protesto enquanto toca o hino nacional norte-americano antes dos jogos do Mundial (a jogadora não canta, nem coloca a mão no peito).
Trump assegurou já, também via Twitter, que vai convidar a seleção feminina para visitar a Casa Branca em caso de vitória, ou não, na competição.
Mas Rapinoe, que é assumidamente homossexual, não desarma e, mesmo pedindo desculpa por ter utilizado uma linguagem menos própria na adjetivação que fez à Casa Branca, mantém a sua posição de recusar qualquer convite da Administração Trump.
De resto, a sua posição contra as políticas de Trump, sobretudo, no que toca aos direitos das minorias - como a comunidade homossexual, os negros e os emigrantes - já vem de trás, quando, em 2016, se solidarizou com o antigo jogador de futebol americano Colin Kaepernick, dos San Francisco 49ers, que iniciou um protesto contra a injustiça social e racial nos EUA, recusando-se a permanecer de pé enquanto tocava o hino.
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