Em declarações à agência Lusa, o experiente técnico, de 67 anos, lembrou que as equipas da metade superior da tabela “tiveram melhores condições” para se prepararem para o regresso, após a paragem competitiva de 12 semanas, mas admitiu que o aumento do número de alterações permitidas “pode ajudar a prevenir” situações de lesão.
“Quem tem plantéis com mais e melhores jogadores fica em vantagem. Logo aí, a verdade desportiva não é defendida. Mas, por outro lado, há a questão da saúde dos atletas, que é importante defender”, analisou o técnico, atualmente ao serviço do Cova da Piedade, da II Liga.
Para o ‘Luvas Pretas’, a condição física e a fluidez de jogo que as equipas irão apresentar no regresso à competição é “uma grande incógnita”, mas assegura que haverá “diferenças entre as equipas”, precisamente porque “nem todas terão tido as mesmas condições” para preparar o regresso.
“Houve pouco tempo para se prepararem para os próximos dois meses com jogos atrás de jogos. Tenho muitos anos de treinador e não me atrevo, neste momento, a prever o que pode acontecer em termos físicos e de lesões. Não me parece que tenha sido a preparação certa, mas falta a bola rolar e ver o que vai dar”, referiu o técnico.
Ainda assim, João Alves recordou um exemplo que remonta a 1992 e que, no seu entender, devia fazer toda a gente “questionar-se sobre o que é uma preparação bem ou mal feita”.
“A Dinamarca ganhou um Europeu em que foi repescada à última hora, quando os jogadores já estavam de férias, mas estamos a falar de coisas completamente diferentes. É muito difícil prever o que possa suceder, sobretudo do meio da tabela para baixo”, concluiu.
A I Liga vai ser hoje reatada, sob fortes restrições e sem público, com o encontro entre Portimonense e Gil Vicente, naquele que vai ser o primeiro dos 90 jogos das últimas 10 jornadas, disputadas até 26 de julho
Após 24 jornadas, o FC Porto lidera a competição, com 60 pontos, mais um do que o campeão Benfica.
Além do principal escalão, também a final da Taça de Portugal, entre Benfica e FC Porto, integra o plano de desconfinamento face à pandemia de covid-19, ainda em data e local a designar.
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