“[A paciência] será importante, mas há várias formas de ver. Não se pode esquecer que estamos a meio de um jogo e temos 90 minutos para tentar virar o resultado. Acho que temos de ser inteligentes. Se a inteligência tem a ver com uma postura mais paciente ou mais agressiva na procura rápida do resultado… qualquer uma delas pode vir a resultar, dependendo da estratégia definida”, estabeleceu o técnico, em conferência de imprensa.

Três semanas depois de terem deslizado em Milão (0-1), com um golo solitário do belga Romelu Lukaku, aos 86 minutos, os ‘dragões’ forçam o prolongamento com uma vitória tangencial em casa e seguem para o ‘top 8’ da prova se ganharem por mais de um tento.

“Sendo as mesmas equipas, claramente não vão ser jogos iguais. Dentro da estrutura do Inter, depende de quem jogar. Não sei se o Milan Skriniar joga, se o Matteo Darmian vai aparecer como lateral/ala ou central e entrar o Denzel Dumfries para a direita. Já o Robin Gosens e o Federico Dimarco são diferentes na maneira como atacam e defendem. Dois dos três avançados vão jogar de certeza. Sendo parecidos em algumas coisas, Lukaku, Edin Dzeko e Lautaro Martínez vão tendo movimentações distintas na frente”, observou.

Desvalorizando fragilidades emocionais nos ‘nerazzurri’, que perderam na sexta-feira na visita ao Spezia (2-1) e fecharam a 26.ª jornada da Liga italiana no segundo lugar, a 18 pontos de distância do líder Nápoles, Sérgio Conceição projetou uma missão complexa.

“Aquilo que vai ser esta partida depende do que fizermos ou para onde a queremos levar estrategicamente. Penso que será equilibrada, muito difícil e contra uma equipa recheada de bons jogadores, quase todos de diferentes seleções conceituadas. Temos noção das dificuldades, conhecemos o adversário e, principalmente, o que somos capazes de fazer. Dentro das nossas características, queremos ser intensos, pressionantes, agressivos e inteligentes. É preciso não esquecer que estamos a perder a meio deste jogo”, reiterou.

O FC Porto precisa de atingir a fasquia dos 100 golos ao 43.º jogo realizado em 2022/23 para almejar repetir 2018/19 e 2020/21, quando afastou nesta fase da prova os italianos da Roma e da Juventus, respetivamente, em eliminatórias decididas no prolongamento.

“Outra música para eliminar o Inter? Depende dos ouvidos [risos]. Essa analogia que fiz com as festas, naquilo que é o comportamento da equipa, é como a posse de bola. Para mim, pode ser muito bonito chegar à baliza de modo mais direto, mas, com 70 passes é mais bonito para outra pessoa. Isso dá-me alguma sonolência, sinceramente. Por aquilo que vou conhecendo dos ouvintes, neste caso os nossos adeptos, querem é ganhar. É igual para eles, como é para mim, se é com bombo, ópera, violino ou concertina”, atirou.

Em busca de uma 12.ª presença no ‘top 8’ da principal prova europeia de clubes, e oitava na ‘era Champions’ (desde 1992/93), o campeão europeu em 1986/87 e 2003/04 venceu os derradeiros quatro encontros em casa com equipas italianas para as taças europeias, apesar do maior traquejo do vencedor da competição em 1963/64, 1964/65 e 2009/10.

“Sinceramente, não ligo muito a estatísticas nem à história. É importante, mas estamos a falar de dois clubes com peso histórico muito grande. O Inter Milão ganhou a Liga dos Campeões e foi campeão mundial por três vezes e já conquistou muitos títulos em Itália, mas o que importa é amanhã [terça-feira]. Quando entram em campo, os atletas querem dar o melhor e estão focados nas suas tarefas e naquilo que preparamos”, reconheceu.

Sérgio Conceição confirmou a ausência de João Mário, que se lesionou durante o triunfo caseiro sobre o Estoril Praia (3-2), na sexta-feira, da 24.ª ronda da I Liga, acompanhando Francisco Meixedo e os brasileiros João Marcelo e Evanilson no boletim clínico do clube.

“No plano defensivo, é preciso perceber que o Inter Milão tem oito jogadores no corredor central. Temos de preparar o jogo de acordo com aquilo que somos e penso que seja o melhor para nós. Nestes jogos de grandíssimo nível, há que jogar da maneira como nos sentimos mais confortáveis, pois, se mudamos muito aqui ou acolá para nos adaptarmos ao adversário, acaba por não correr tão bem”, alertou o treinador, igualmente privado do influente Otávio, que foi expulso pela primeira vez na sua carreira no confronto em Itália.

À procura de se juntar ao Benfica nos quartos de final da Liga dos Campeões 2022/23, o FC Porto recebe o Inter Milão na terça-feira, a partir das 20:00, no Estádio do Dragão, no Porto, para a segunda mão dos ‘oitavos’, com arbitragem do polaco Szymon Marciniak.