“Sem dúvida alguma, cabe-nos fazer um jogo diferente do que fizemos no Dragão. Acho que não foi tudo só por mérito do adversário, mas também por demérito nosso. Estamos mais do que avisados sobre aquilo que temos de fazer e de aproveitar em relação a uma equipa muito interessante”, definiu o técnico dos ‘dragões’, em conferência de imprensa.
O FC Porto, segundo colocado, com seis pontos, visita o surpreendente líder invicto Club Brugge, com 10, já apurado para os ‘oitavos’, na quarta-feira, às 18:45 locais (17:45 em Lisboa), no Estádio Jan Breydel, em Bruges, Bélgica, na quinta e penúltima jornada do Grupo B da principal prova europeia de clubes, com arbitragem do inglês Michael Oliver.
“Não mudou [a análise do adversário] e veio comprovar o que disse na antevisão do jogo no Dragão [em 13 de setembro, da segunda ronda]. Estamos perante uma equipa com mentalidade ganhadora, que venceu três dos últimos quatro campeonatos belgas e entra semanalmente para ganhar. Isso é importante, sendo associado à sua qualidade”, notou.
O terceiro colocado da Liga belga, com 29 pontos, a oito do líder Genk, é o único dos 32 finalistas da ‘Champions’ ainda sem golos sofridos, sendo que, com o ‘nulo’ alcançado na casa do Atlético de Madrid (0-0), passou a ladear Nápoles, Bayern Munique, Manchester City, Chelsea e o campeão Real Madrid entre os clubes apurados para a fase seguinte.
“Surpreendeu-me naquilo que analisámos. É uma equipa muito interessante com e sem bola, agressiva, que procura condicionar a dinâmica adversária e tem na mobilidade uma mais-valia. Nesta altura, não tem golos sofridos, é consistente e está apurada”, agregou.
Mais tarde, às 21:00 locais (20:00 em Lisboa), o Atlético de Madrid, terceiro, com quatro pontos, defronta em casa o lanterna-vermelha Bayer Leverkusen, com três, sendo que o conjunto de Sérgio Conceição se qualifica já para a fase seguinte se bater o tricampeão belga e os espanhóis, do internacional português João Félix, não vencerem os alemães.
“Outro jogo do grupo? Não esteve nenhum desses pensamentos na nossa preparação. Focámo-nos naquilo que somos como equipa. Só sendo fiéis àquilo que somos em todos os momentos é que podemos competir ao mais alto nível. É jogar para ganhar. Não vejo outro pensamento. É mais importante ver onde é que metemos os pés do que aquilo que vai acontecer mais lá para a frente, porque podemos tropeçar e não queremos”, alertou.
O FC Porto regressa à competição cinco dias depois da derrota caseira com o Benfica (0-1), no clássico de abertura da 10.ª ronda da I Liga, em que alinhou desde os 27 minutos com 10 unidades, devido à expulsão com duplo cartão amarelo de Stephen Eustáquio.
“Gostei dos meus jogadores, da forma como abordaram o jogo e se superaram em todos os momentos. Houve muita coisa boa e coisas menos boas. Amanhã [quarta-feira] é uma história completamente diferente. Os jogadores são todos importantes e decisivos nesta casa. Queremos semanas limpas entre jogos, mas estamos habituados a este calendário e algum desgaste físico ou mental não será desculpa. Esse cansaço passa para segundo plano para quem está na melhor prova de clubes do mundo”, reforçou Sérgio Conceição.
Fora dos 24 convocados dos ‘azuis e brancos’ ficaram os defesas Pepe, que continua a recuperar de uma entorse no joelho esquerdo, e João Mário, cujo registo disciplinar já completou série de três cartões amarelos, motivando um jogo de suspensão em Bruges.
“É verdade que não temos um plantel com muita experiência. Se o Pepe pudesse jogar, fazia o seu 113.º jogo na ‘Champions’, ao passo que o Fábio [Cardoso] fez três e o David Carmo quatro. Isso, contudo, não é desculpa. Não tendo tanta experiência, representam um clube histórico e têm qualidade. Se a equipa estiver bem, não duvido de que vamos conseguir fazer um resultado que nos permita qualificar. É ganhar ou ganhar”, afiançou.
Expulso no final do clássico, por “gestos e/ou linguagem ofensiva, insultuosa ou abusiva” efetuados para a equipa de arbitragem liderada por João Pinheiro, Sérgio Conceição foi hoje suspenso por uma partida pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, mas optou por recordar a sua passagem pela Bélgica para contornar o assunto.
“Vou agradecer à Bélgica, que me acolheu de uma forma fantástica como jogador e onde iniciei a carreira de treinador e fiz o segundo e o terceiro níveis. Aproveito publicamente para agradecer ao Standard de Liège [fez parte do plantel entre 2004 e 2007 e ainda foi adjunto em 2010/11] a forma como tratou a minha família durante quatro anos”, concluiu.
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