O parecer, a que a Lusa teve acesso, é revelado antes da Assembleia Geral referendária agendada para 29 de setembro, dia em que os sócios do emblema setubalense decidem, na Sala do Bingo, no Estádio do Bonfim, sobre a aceitação da doação.
“O Conselho Fiscal e Disciplinar do Vitória FC alerta todos os associados para o risco de asfixia do clube por parte da SAD se esta continuar a utilizar património ou meios financeiros do Vitória sem qualquer controle complementar e acima da razoabilidade. Assim, o CFD dá parecer negativo à entrega dos referidos lotes como garantia de pagamento de dívidas da SAD”, lê-se.
O mesmo documento refere que nos últimos anos os vários Conselhos de Administração da SAD não se prestaram disponíveis para esclarecer os sócios nem o órgão fiscalizador do clube.
“O CFD lembra que nos últimos sete anos, entre perdão de dívida à SAD e garantias com património, o Vitória FC assumiu ou perdoou valores de cerca 14 milhões de euros, sem que em contrapartida os diversos Conselhos de Administração da SAD nesse período tenham demonstrado qualquer disponibilidade para, de forma transparente, prestarem contas aos associados ou ao órgão fiscalizador do clube”, acusa.
O parecer negativo que é dado à entrega dos referidos lotes como garantia de pagamento de dívidas da SAD contrasta com a aceitação da doação dos terrenos da autarquia ao clube, que será a outra questão a que os sócios vão responder na Assembleia Geral.
“Sobre a doação de 65 lotes de terreno efetuada pela Câmara Municipal de Setúbal ao Vitória FC e que vai ser sufragado em Assembleia Geral, o Conselho Fiscal e Disciplinar dá o seu parecer favorável e o agradecimento à Câmara Municipal de Setúbal por contribuir de forma positiva para a valorização do património do clube”, lê-se no texto assinado por João Martins.
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