As duas equipas partilham o primeiro lugar do grupo H, com seis pontos em dois jogos, mais três do que Turquemenistão (mais um jogo) e Líbano, com o Sri Lanka a ocupar o último lugar, sem qualquer ponto em três partidas. A partida tem também um ‘toque português’, com a presença do selecionador Paulo Bento e da respetiva equipa técnica ao comando da Coreia do Sul, enquanto os norte-coreanos são orientados por Yun Jong-Su.
Em 15 jogos disputados, apenas por uma vez – e num desafio particular – as duas seleções mediram forças na Coreia do Norte. Os anfitriões venceram em 1990, em Pyongyang, de forma inédita, por 2-1, mas a história pende claramente a favor do Sul (37.ª classificada do ranking FIFA), com sete triunfos e outros sete empates. Curiosamente, a superioridade inverte-se quando se trata do futebol feminino.
De resto, os jogos oficiais passaram ao longo dos anos por locais tão distintos como China, Singapura, Kuwait e Qatar. No último encontro oficial, na fase de apuramento para o Campeonato do Mundo de 2010, o jogo teve de ser realizado em Xangai (China), uma vez que a Coreia do Norte (atual 113.ª do Mundo) não autorizava que o hino sul-coreano tocasse antes do apito inicial e que a respetiva bandeira fosse hasteada no seu território.
Na longa e atribulada história entre as duas nações – cuja península ficou dividida com a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, terminando num armistício e sem um tratado de paz entre Pyongyang e Seul, o que deixou os dois países tecnicamente em guerra -, o desporto tem sido um dos poucos pontos de contacto.
As duas Coreias chegaram a unir-se para o Mundial de futebol sub-20 de 1991, realizado em Portugal, embora os dados da FIFA identifiquem a equipa participante somente como Coreia do Sul.
Mais recentemente, nos Jogos Olímpicos de Inverno Pyeongchang2018, os dois países juntaram-se para formar uma equipa feminina de hóquei no gelo e marcharam sob uma única bandeira na cerimónia de abertura, tendo igualmente demonstrado interesse numa candidatura conjunta para a organização do Mundial de futebol feminino de 2023, cujo país organizador será anunciado pela FIFA em meados de 2020.
Todavia, essa proximidade parece agora cada vez mais distante, com este encontro entre as duas seleções a surgir num aparente impasse político nas conversações entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos da América para a desnuclearização do regime de Pyongyang, após o fim abrupto da cimeira de Hanói (Vietname), entre Kim Jong-Un e o presidente norte-americano, Donald Trump, em 28 de fevereiro.
De acordo com a AFP, o regime norte-coreano até terá apenas comunicado com a Confederação Asiática de Futebol, ‘ignorando’ o Sul na organização deste desafio. Já a FIFA, através de um porta-voz, limitou-se a garantir ter estado em contacto com as duas federações e manifestou a esperança de que o jogo possa contribuir para aproximar os dois povos.
O encontro entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, da terceira jornada do grupo H da zona asiática de qualificação para o Mundial2022, está marcado para terça-feira, às 17:30 (09:30 em Portugal continental).
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