O pedido foi divulgado pelo presidente da APAF, numa carta aberta endereçada aos “árbitros, observadores, técnicos e demais agentes da arbitragem”, na qual Luciano Gonçalves revela ainda que, em resposta, a FPF já solicitou um “levantamento das dificuldades dos agentes de arbitragem da FPF” resultantes da pandemia de covid-19.

Em declarações à agência Lusa, o líder da APAF admitiu não ter ainda “números em concreto”, mas adiantou que a associação “tem conhecimento e está a acompanhar algumas situações de dificuldade” e que o próprio dirigente, numa perspetiva meramente pessoal, tem ajudado “dentro das possibilidades”, mediante os contactos recebidos.

”Temos conhecimento de que já existem alguns colegas que estão a ser ajudados ou em início de processo junto da Associação de Auxílio de Arbitragem (AAA), mas mais casos serão encaminhados nos próximos dias e acredito que, apesar desta tipologia de situação não estar contemplada no regulamento da associação, a mesma será sensível à situação anómala e imprevista que estamos a passar”, escreveu Luciano Gonçalves na missiva enviada ao setor.

A Associação de Auxílio de Arbitragem (AAA), explicou Luciano Gonçalves, é uma entidade gerida em conjunto pela APAF e pelo Conselho de Arbitragem (CA) da FPF, que gere “dinheiro que é descontado a todos os árbitros para ajudar em situações extremas”, mas cujos regulamentos não contemplam a atual situação de interrupção das competições devido à pandemia de covid-19.

Gonçalves referiu ainda que a pandemia veio pôr a nu a “fragilidade e precariedade” do setor da arbitragem em Portugal e prometeu lutar por “um verdadeiro profissionalismo da classe, pelo reconhecimento da atividade de árbitro e pela criação de um fundo de apoio” que possa, no futuro, salvaguardar os agentes de arbitragem em situações semelhantes.

O dirigente apelou também aos associados da APAF para que aliviem o ‘peso’ da atividade no orçamento familiar.

”Por favor, no futuro, pensem nas vossas vidas, nas vossas famílias e compreendam que a arbitragem é apenas um ‘hobby’ para 98%”, sublinhou Luciano Gonçalves.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 200 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 903 pessoas das 23.864 confirmadas como infetadas, e há 1.329 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.