Cristiano Ronaldo chegou a um acordo com o fisco espanhol para pôr um ponto final ao processo judicial em que se encontra envolvido, diz o El Mundo.

O jogador do Real Madrid aceitou as condições impostas: reconhece quatro delitos fiscais, cumpre uma pena de dois anos de prisão com pena suspensa — seis meses por cada um dos delitos — e o pagamento de uma quantia de 18,8 milhões de euros.

Ronaldo já se tinha disponibilizado para assumir a responsabilidade pelos crimes de que é acusado, oferecendo uma declaração de culpa à Agência Tributária espanhola para que haja um acordo que encerre o processo.

Resta agora que este acordo seja assinado pelo diretor da Agência Tributária espanhola, nome que ainda não revelado pelo recém-empossado governo de Pedro Sánchez. Com isto, o jogador conseguiu que o fisco espanhol baixe o valor da fraude inicialmente atribuído — 14.7 milhões de euros — para 5,7 milhões. A diferença para os 18,8 milhões que vão ser pagos diz respeito a multas e juros de penalização.

O internacional português do Real Madrid é acusado de ter, de forma “consciente”, criado empresas na Irlanda e nas Ilhas Virgens britânicas, para defraudar o fisco espanhol, cometendo quatro delitos contra os cofres do Estado espanhol, entre 2011 e 2014.

Na base da acusação estão os direitos de imagem do jogador português, ao serviço do Real Madrid desde 2009, e que, desde 1 de janeiro de 2010, é considerado residente fiscal em Espanha.

O caso tornou-se público no âmbito da investigação da ‘Football Leaks’, levada a cabo por uma rede internacional de órgãos de comunicação social (EIC), liderada pelo alemão Der Spiegel e da qual faz também parte o espanhol El Mundo.

Quando foi ouvido em 31 de julho do ano passado no tribunal de Pozuelo de Alarcón, Ronaldo afirmou que “nunca” ocultou rendimentos nem teve “intenção de fugir aos impostos”.

O português sublinhou que o fisco conhece todos os seus rendimentos porque nunca escondeu “nada, nem intenção de fugir aos impostos”.

Cristiano Ronaldo pediu na altura que se “deixe trabalhar a justiça”, na qual acredita e de quem espera “uma decisão justa”, dizendo ainda que não vai voltar a fazer declarações sobre o assunto até ser proferida uma sentença.