Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o clube informa que celebrou com o jogador "um novo contrato de trabalho desportivo, válido por três épocas desportivas, tendo sido fixada uma cláusula de rescisão no valor de € 60.000.000,00."

Na apresentação deste sábado em Alvalade o jogador mostrou-se satisfeito com o regresso. "Este é o meu clube. Amo este clube".

Sousa Cintra, durante esta apresentação, desmentiu as notícias recentes de que a contratação estava dependente da garantia de serviços pessoais de segurança. "O Bas faz a diferença, como homem, pessoa e jogador. O que importa é que ele não fez exigências nenhumas, vem com o mesmo contrato, está aqui de alma e coração para ajudar o Sporting a ser campeão. Ele pertence à família sportinguista", disse Sousa Cintra.

O jogador assumiu que não contava sentar-se de novo em Alvalade depois das agressões que tiveram lugar na Academia em Alcochete, em maio deste ano, e que marcaram o final da época desportiva. O avançado disse que depois do ataque teve bastante medo e que não voltou ao balneário, mas também que foi feliz no Sporting e quer continuar a sê-lo.

"Houve um tempo em que não contava estar sentado aqui porque aconteceram muitas coisas más, mas no final pensei muito nisso, juntamente com a minha família e pessoas que me são próximas, e a conclusão é que este é o meu clube", disse o jogador.

"Há dois anos cheguei aqui, não sabia o que esperar, mas nestes dois anos aprendi o que é o Sporting, amo este clube, as pessoas que trabalham aqui todos os dias, amo os amigos que vêm a todos os jogos, não importa onde joguemos", disse ainda.

O jogador holandês, de 29 anos, disse também que está focado no futuro: “a única coisa negativa foi o ataque de 15 de maio.  (...) Para mim, só há um caminho, o futuro, neste clube, com este presidente”.

Em 15 de maio, a Academia do Sporting foi invadida por cerca de 40 pessoas, 37 das quais já em prisão preventiva, que atacaram futebolistas, equipa técnica e ‘staff’, poucos dias após os jogadores terem deixado escapar o segundo lugar na I Liga.

Os detidos que aguardam julgamento em prisão preventiva vão responder pela prática de crimes de terrorismo, ofensa à integridade física qualificada, ameaça agravada, sequestro e dano com violência.

Estes acontecimentos, levaram os futebolistas Rui Patrício, William Carvalho, Gelson Martins, Bruno Fernandes (que entretanto também regressou ao clube), Battaglia, Bas Dost, Podence, Ruben Ribeiro e Rafel Leão a rescindirem contrato alegando justa causa.

William de Carvalho foi negociado com o Bétis de Sevilha (Espanha), enquanto os outros seis: Rafael Leão, Podence, Battaglia, Rúben Ribeiro, Gelson Martins e Rui Patrício mantêm-se em litígio com o clube. Podence já foi anunciado como jogador dos gregos do Olympiacos, e Rui Patrício assinou pelo Wolverhampton.

O treinador, Jorge Jesus, também acabou se desvincular do clube, rumo ao saudita Al-Hilal.

Num ‘verão quente’ para o clube, uma Assembleia Geral de destituição acabou por determinar a saída do então presidente Bruno de Carvalho do clube, juntamente com outros membros, após um período em que vários dirigentes dos órgãos sociais foram apresentando a demissão.