Jorge Messi e Neymar da Silva Santos são acusados de fraude fiscal, por conta de investimentos duvidosos com as fortunas acumuladas pelos filhos. Messi é citado no escândalo 'Panama Papers', por causa de empresas de fachada que o pai teria criado em paraísos fiscais para evitar pagar impostos sobre direitos de imagem pagos pelo Barça. Já Neymar está sendo processado tanto em Espanha como no Brasil por supostas irregularidades na sua transferência do Santos para a equipa catalã.
Sempre que foram chamados a depor pela justiça espanhola, os futebolistas argumentaram que não lidam com as suas finanças, deixando a gestão do dinheiro na mão dos pais. "Quem cuida do dinheiro é o meu pai", afirmou o jogador argentino no início do processo com a justiça espanhola, que já se arrasta há três anos e que será retomado no mês que vem. Jorge Messi também fez questão de ilibar o filho de qualquer culpa. "Ele não tem nada a ver com isso, só joga futebol", afirmou, usando exatamente as mesmas palavras de Neymar pai.
Pai protetor
Metalúrgico na cidade de Rosario, onde nasceu o camisa 10 do Barcelona, o pai de Messi não poupou esforços para impulsionar a carreira do filho, que foi reprovado em várias categorias de base por causa da sua baixa estatura. "Se meu filho não tivesse precisado de tratamento hormonal, não teríamos enfrentado tanta pressão para encontrar um clube que assumisse esses encargos. Foi isso que nos levou ao Barça", confessou Jorge Messi. A família Messi é acusada de ter sonegado 4,16 milhões de euros em impostos sobre direitos de imagem pagos de 2007 a 2009, através de empresas de fachada em Belize e no Uruguai. Confrontados com o escândalo 'Panama Papers', os Messi romperam rapidamente o silêncio e passaram ao contra-ataque. Numa nota divulgada à imprensa, reconheceram a existência da empresa 'offshore', mas alegaram que está "totalmente inactiva".
A Associação do Futebol Argentino (AFA) também saiu em defesa do capitão da seleção ao afirmar, num comunicado, que "confia na honra da família Messi e apoia a sua declaração de inocência". O próprio Barcelona manifestou "o seu afecto e solidariedade". Jorge Messi colocou a responsabilidade em Rodolfo Schinocca, um ex-sócio, acusado de se ter "apropriado do controle" das empresas 'offshore'.
Empresário hábil
Depois de tentar sem sucesso a carreira de jogador profissional, Neymar Da Silva Santos nunca quis ser um mero espectador da ascensão meteórica do filho, que foi considerado desde cedo uma grande promessa do futebol mundial. O pai antecipou esse potencial e sempre se encarregou dos negócios ligados à carreira do atual capitão da seleção brasileira. Com mais de 500 mil seguidores no Instagram (o filho tem quase 47 milhões), Neymar pai tornou-se um personagem badalado até nas colunas sociais, com direito a desfile na escola de samba Grande Rio, no Grupo Especial do Carnaval do Rio de Janeiro. Ora aparece promovendo ações de beneficiência do Instituto Neymar Jr, ora é visto discutindo com fotógrafos espanhóis na frente da casa noturna onde o futebolista comemorou o aniversário. "O meu papel é ser feliz dentro de campo e o meu pai faz de tudo para que eu só tenha que jogar à bola. É ele que trata dos negócios", afirmou,recentemente, o jogador brasileiro.
Neymar é acusado pela justiça brasileira de sonegar impostos e falsificar documentos entre 2006 e 2013, quando ainda era jogador do Santos. Em fevereiro, o Ministério Público Federal considerou o pai do atleta "o principal mentor e articulador de uma série de fraudes contratuais para o uso do direito de imagem de Neymar". "A conduta do jogador, com a participação dos demais denunciados, gerou prejuízos milionários aos cofres públicos", dizem as autoridades brasileiras.
No seu impecável fato preto, Neymar pai também acompanhou o filho na audiência em que é acusado de "fraude e corrupção entre particulares" pela transferência do Santos para o Barça. "O meu filho só sabe jogar futebol", argumentou o pai Neymar, numa réplica da posição assumida pelo pai Messi. O clube catalão está sendo acusado de ter escondido o valor real da negociação, por ter pago 40 milhões de euros diretamente à empresa do pai, a N&N, de forma a garantir a contratação do craque. Na versão oficial, o futebolista teria custado 57,1 milhões, enquanto o valor real ultrapassaria os 85 milhões.
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