O técnico concordou com um comentário do treinador suíço, Nils Nielsen, admitindo que, sendo as duas equipas com maior proximidade em termos de ‘ranking’ internacional, o jogo será bastante dividido.
“Sem dúvida nenhuma que é um jogo de pormenores e quando é um jogo de pormenores é aproveitar os erros uns dos outros”, vincou Francisco Neto.
O selecionador luso disse que Portugal tem de ser inteligente, “cometer o mínimo de erros possíveis e aproveitar o máximo de erros possíveis da Suíça ou provocar esses erros à Suíça”.
“Agora, se será com a linha mais alta, com a linha mais baixa, com mais bola, com menos bola, só amanhã às 17:00”, acrescentou, sem revelar a tática de jogo.
O selecionador admitiu que “iniciar uma competição a pontuar e a jogar bem” dá outros níveis de confiança e tira alguma pressão à equipa.
Porém, recusou a ideia de que este é um jogo decisivo para as aspirações de Portugal passar à próxima fase.
O técnico salientou a importância de ter no coletivo algumas jogadoras que participaram no Europeu de 2017 para ajudar as outras com a sua experiência e assumiu a ambição de passar a fase de grupos.
Para isso quer “fazer mais golos, sofrer menos, fazer mais pontos”, de modo a que Portugal chegue ao último jogo depender só de si para poder seguir em frente na competição.
Questionado sobre a participação neste torneio no lugar da Rússia, excluída devido à invasão da Ucrânia, Neto reiterou que trocaria a presença “por um mundo sem guerras”, mas também reivindicou mérito.
“Fomos a equipa que fez 19 pontos, mas ninguém tinha feito 19 pontos. Fomos a única equipa que não se apurou com este registo. Fomos ao ‘play-off’, quem esteve presente no ‘play-off’ sente e percebeu da nossa competência. Por isso acho que estamos aqui por mérito próprio”, defendeu.
Também na conferência de imprensa, a centrocampista Dolores Silva confessou o “entusiasmo” com a atenção que a competição está a ter, tendo o jogo de estreia entre Inglaterra e Áustria (1-0) esgotado a lotação do estádio de Old Traford.
“Este é um Europeu que vai marcar o futebol feminino”, acredita, considerando que está a ser dado “um passo gigante para a modalidade”, um sinal claro de evolução.
Enquanto capitã e uma das jogadoras mais experientes, que representou a seleção no Europeu de 2017, a jogadora do Sporting de Braga salientou que é importante desfrutar e acreditar.
“Acho que a palavra-chave para nós enquanto equipa é desfrutar, desfrutar o momento, daquilo que é estar a representar Portugal ao mais alto nível. É o sonho de todas nós, trabalhámos muito para chegar até aqui”, disse.
O selecionador já contou hoje com Kika Nazareth e Joana Marchão nos treinos, que estiveram limitadas fisicamente nos últimos dias.
Portugal estreia-se no sábado frente à Suíça (17:00) no estádio de Leigh, na região de Manchester.
Os próximos jogos serão contra os Países Baixos, em 13 de julho (20:00), e a Suécia (17:00), na terceira e última jornada do grupo C, em 17 julho, ambos no mesmo local.
O estádio, com capacidade para 12.000 espetadores, é usado pela equipa profissional da liga de rugby Leigh Centurions e pelas equipas femininas de sub-23 e sub-19 de futebol do Manchester United.
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