Embora até agora se tenha “manifestado de pé”, a seleção escocesa mostrou solidariedade com Inglaterra, que tem sido assobiada nas últimas partidas por uma minoria de adeptos e foi criticada pelo próprio Governo britânico.
A seleção da Inglaterra foi vaiada por parte do público em Middlesbrough quando se ajoelhou antes dos jogos amigáveis contra a Áustria (1-0) e a Roménia (1-0) no início do mês.
No domingo, em Wembley, os assobios foram abafados pelos aplausos de muitos dos 22.500 espetadores antes da vitória da Inglaterra por 1-0 sobre a Croácia.
Na segunda-feira, a ministra do Interior, Priti Patel, disse que “não apoiava pessoas que participem neste tipo de gestos, gestos políticos”, recusando condenar os adeptos que assobiam.
“É uma escolha deles”, disse.
A hesitação do primeiro-ministro em criticar os adeptos levou o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer, a criticar Boris Johnson por “falta de liderança” e de não apoiar claramente os jogadores.
Pelo contrário, Starmer elogiou o selecionador nacional, Gareth Southgate, que escreveu uma carta pública intitulada “Dear England” [Querida Inglaterra] a justificar a decisão de começar todos os jogos desta maneira.
“Nossos jogadores são referências. E, para além dos limites do campo, devemos reconhecer o impacto que eles podem ter na sociedade”, em questões como a igualdade, inclusão e justiça racial, argumentou o técnico inglês.
O gesto foi iniciado pelo jogador de futebol americano Colin Kaepernick durante o hino nacional antes de um jogo em 2016, alegando ser uma forma de protestar contra o racismo, e foi criticado pelo então presidente Donald Trump.
A prática foi adotada por todo o mundo noutros desportos como uma forma de protesto, tendo sido repetida antes de todos os jogos da I Liga inglesa de futebol esta época.
As seleções do País de Gales e Bélgica também se têm ajoelhado antes dos jogos no Euro2020.
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